sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Bernardo Mello Franco – O golpismo com recibo

O Globo

Vídeo com novo ataque às urnas e minuta de decreto para anular eleição complicam ex-presidente

O ministro da Justiça de Jair Bolsonaro guardava em casa uma minuta de decreto para golpear a democracia e anular a eleição presidencial. Anderson Torres é alvo de ordem de prisão desde o último domingo, mas ainda não se entregou. Está em Orlando, cidade em que o chefe se refugiou para não passar a faixa.

Pelas redes sociais, o delegado disse que o rascunho estava numa “pilha de documentos para descarte”. “Tudo seria levado para ser triturado oportunamente”, tuitou. A explicação é intrigante. Para melar os resultados da urna eletrônica, Torres estudou um golpe impresso. Depois resolveu destruir o plano, mas não teve tempo de picotá-lo.

O ex-ministro não é o único a apostar na credulidade alheia. O governador do Distrito Federal, que entregou o comando da polícia a um bolsonarista, agora diz que foi vítima de sabotagem. A conversa de Ibaneis Rocha não convenceu o Supremo. Dos 11 ministros, só dois votaram contra seu afastamento do cargo. Coincidentemente, os dois que foram nomeados por Bolsonaro.

O capitão também deixou as digitais na tentativa de golpe promovida por seus seguidores. Enquanto esteve no poder, ele aviltou a democracia, mentiu sobre o sistema eleitoral e incitou o ódio contra os tribunais superiores. Seu discurso mobilizou os bárbaros que vandalizaram e destruíram patrimônio público em Brasília.

Como se não bastasse tudo o que já havia dito, Bolsonaro ainda fez questão de passar recibo. Nesta terça, dois dias depois do quebra-quebra, ele voltou a questionar o resultado da eleição e compartilhou um vídeo com mentiras sobre as urnas. Na gravação, um homem diz que Lula “não foi eleito pelo povo”: teria sido “escolhido” por ministros do Supremo.

Oito dezenas de procuradores traduziram a postagem como incitação ao crime. “Uma forma grave de incitação, dirigida a todos seus apoiadores, a crimes de dano, de tentativa de homicídio, e de tentativa violenta de abolição do Estado de Direito”, escreveram, em representação entregue a Augusto Aras.

Rascunhar golpes à mão pode parecer insólito, mas não é novidade no universo bolsonarista. Em 1987, a revista Veja revelou que o capitão havia desenhado um plano para explodir bombas em quartéis do Rio. Um laudo da PF confirmou que ele era o autor do croqui, mas o Superior Tribunal Militar preferiu absolvê-lo da primeira acusação de terrorismo. Ali começava sua longa marcha até o Planalto.

 

3 comentários:

  1. O GENOCIDA foi terrorista muito antes de ser genocida! Enquanto ainda no Exército, já havia aprendido a explodir bombas CRIMINOSAMENTE e tentou fazer isto. Muitos crimes depois, com uma presidência no meio, vemos o canalha novamente se associando ao TERRORISMO e a terroristas! Jair Bolsonaro, UMA VIDA DE CRIMES!

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  2. Um terrorista fuleiro queria explodir bombas nos banheiros de seus colegas.

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  3. Misericórdia,rezando já tá difícil,que dirá explodindo bomba,rs.

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