O Globo
Na Câmara, ele não conseguiu acabar com a
terra indígena; na Presidência, deixou seus habitantes morrerem de fome
Jair Bolsonaro vivia seu primeiro ano em
Brasília quando o governo Fernando Collor demarcou a terra ianomâmi. Três dias
depois, o jovem deputado subiu à tribuna para protestar. “Essa área é a mais
rica do país. Por que instituir uma reserva indígena lá?”, reclamou.
Em tom conspiratório, ele sustentou que os ianomâmis seriam uma ameaça à segurança nacional. Da noite para o dia, poderiam iniciar um movimento separatista. “A curto prazo, essa área poderá tornar-se independente, e a perderemos definitivamente”, fantasiou. Começava ali, em novembro de 1991, sua cruzada contra a maior terra indígena da Amazônia.
Bolsonaro tentou convencer o Supremo
Tribunal Federal a derrubar a demarcação. Sem sucesso na Corte, apresentou um
projeto para anular o ato no Congresso. “Amanhã se dirá aí que estamos
massacrando os ianomâmis. Em nome dos direitos humanos, quem garante que tropas
estrangeiras não vão ocupar a Amazônia?”, discursou, em 1992.
Em meio ao palavrório, o deputado deixou
escapar seu real objetivo: liberar a exploração predatória da floresta. “Como o
homem perdeu o paraíso através de uma maçã, os brasileiros vão perder o paraíso
que é esse atual território. Não através de uma maçã, é lógico, mas através do
nióbio, da cassiterita, do diamante”, disse.
A Câmara arquivou a proposta naufragou, mas
Bolsonaro insistiu em perseguir os ianomâmis. Ao longo de sete mandatos, ele
testou diferentes argumentos para depreciar os indígenas. No governo Fernando
Henrique, alegou que eles seriam fantoches de ONGs controladas pela Casa
Branca.
Na era Lula, trocou de inimigo imaginário e
passou a atacar a China. A potência asiática estaria interessada em colonizar
“grandes espaços vazios” nos confins da Amazônia. “Vão lotar seus cargueiros e
despejar esse excesso populacional”, delirou.
Em 1998, o deputado chamou o Exército de
“incompetente” por não ter aniquilado os povos originários. “Competente, sim,
foi a cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios no passado e hoje em
dia não tem esse problema em seu país”, disse.
O plano de extermínio não prosperou, mas o
capitão nunca se deu por vencido. Eleito presidente, ele desmontou a Funai,
incentivou o garimpo ilegal e deixou os indígenas morrerem de fome. Bolsonaro
se vingou dos ianomâmis.
Bolsonaro desmontou a Funai, colocou dezenas de militares e policiais nos postos de comando, apoiou e estimulou o garimpo ilegal nas terras indígenas, o Ministério do Meio Ambiente pouco fiscalizou e seus diretores (indicados pelo criminoso Ricardo Salles) dificultaram ao máximo o trabalho das equipes de fiscalização, e a saúde indígena foi em grande parte entregue a ONGs evangélicas apadrinhadas pela criminosa Damares.
ResponderExcluirComo o colunista mostra, o GENOCIDA atua contra os indígenas há décadas, sempre através de MENTIRAS. Nos 4 anos que esteve no poder, Bolsonaro conseguiu transformar seus preconceitos e mentiras em CRIMES contra a humanidade, e por isto é um GENOCIDA, sim!
Sem comentários!
ResponderExcluirOs índios já eram maltratados em governos anteriores, mas nenhum foi tão devastador quanto Bolsonaro. Ele sempre se referiu com desprezo e ódio aos indígenas.
ResponderExcluirMonstro disfarçado de crente!
ResponderExcluirE o canalha se apresenta como religioso e faz pregações em cultos evangélicos...
ResponderExcluirO STF vai pegar este verme e julgá-lo junto com seus tantos cúmplices!
ResponderExcluirBolsonaro tem décadas de canalhice.
ResponderExcluir