Folha de S. Paulo
Com Biden em fevereiro, presidente tentará
tirar proveito de agenda comum em defesa da democracia
Depois de encontrar o presidente
uruguaio, Lula afirmou
que sua relação com líderes políticos de outros países não terá viés
ideológico. "Os presidentes não precisam pensar como eu", declarou o
brasileiro.
Um dos objetivos da viagem inaugural do terceiro governo Lula foi um ajuste simbólico na diplomacia brasileira. Em 24 horas, o petista sorriu ao lado do esquerdista Alberto Fernández (a quem chamou de "companheiro e amigo") na Argentina e posou para fotos com Luis Lacalle Pou, que comanda um governo de centro-direita no Uruguai.
Com pouca sutileza, Lula quis demarcar
diferenças com um antecessor que escolheu ofender
qualquer país que pendesse para o centro ou para a esquerda. Em Buenos
Aires, o petista pediu desculpas aos argentinos "por todas as
grosserias" de Jair Bolsonaro e ofereceu aos uruguaios um compromisso de
cooperação independente de coloração partidária.
O movimento teve recepção diferente dos
dois lados da fronteira. Com os argentinos, Lula falou a mesma língua sobre
integração regional, interesses comerciais e o Mercosul. O ambiente parecia tão
confortável que o petista deu combustível ao incipiente
plano de criar uma moeda comum para o comércio.
No Uruguai, as exibições foram menos
harmônicas. Lacalle Pou reafirmou em público o desejo do Uruguai de negociar
acordos com a China —mesmo sabendo que o Brasil é contra a ideia. Lula
reconheceu seu direito de buscar ganhos comerciais e apenas sugeriu que o
Mercosul converse em bloco com o país asiático, num futuro ainda incerto.
Lula sabe que o valor de seu capital
diplomático varia de acordo com o terreno. Ao menos nas etapas iniciais de seu
retorno ao poder, a política externa do governo terá mais força quando algumas
afinidades políticas estiverem presentes.
A eficácia deve ser testada na
viagem de Lula aos EUA, em fevereiro. Com Joe Biden, o brasileiro tentará
tirar proveito de uma agenda comum que tem o objetivo de denunciar e isolar a
ameaça da extrema direita.
Isso, Lula.
ResponderExcluirBem recebido, com admiração, onde quer q vá.
Já o genocida, sequer era convidado. Vejam, fugiu pros steits e não foi recebido pelo Biden; nem o fascista estadunidense trump o recebeu.
Tá tudo bem promissor, gente! Menos pros fascistas, claro.
Ofensas não levam à nada.
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