O Estado de S. Paulo
O crescimento do PIB da China de apenas 3%
em 2022, o mais baixo desde 1976, levantou apreensões e parece ter acentuado
temores com o agravamento da recessão global. Mas é preciso pensar fora dessa
caixa e pensar do ponto de vista do Brasil.
A principal causa da desaceleração da segunda usina produtiva mais importante do mundo foi a chamada política “covid zero”, que obrigou a população dos maiores centros do país a permanecer em casa. A menos que ocorra um recrudescimento da pandemia, hoje improvável, essa quebra não vai se repetir neste ano. Ao contrário, não há por que duvidar de que se cumpra a meta do governo Xi, de um crescimento entre 5,0% e 5,5%, número que atenua a perspectiva de recessão global.
No ano passado, mesmo com esse ralentando
da economia chinesa, o Brasil tirou proveito com exportações de commodities.
Nada menos que 27% das exportações do Brasil tiveram como destino portos da
China.
Para este ano, espera-se certo recuo nos
preços das commodities pelo efeito da recessão e da recuperação do dólar diante
de outras moedas fortes. Mas há o aumento da demanda da China que pode produzir
efeito oposto. Nesta semana, a Agência Internacional de Energia previu aumento
da demanda global de petróleo em consequência da retomada da produção chinesa.
Não exatamente por causa dos mesmos
fatores, parece aumentar o interesse dos capitais internacionais por
investimentos no Brasil. O provável aumento da política protecionista dos
Estados Unidos e da Europa, em resposta à recessão e à competição da China,
deve, por si só, empurrar mais capitais para cá. Outro fator de chegada de mais
investimentos é a percepção de que o Brasil pode tornar-se grande polo produtor
de energia renovável, numa hora em que a transição energética ganha prioridade
nas políticas dos governos, especialmente na Europa.
São fortes os sinais de que a área
econômica do governo Lula entendeu a importância das janelas que se abrem para
o Brasil. Mas isso não basta.
A administração econômica do período Lula 3 é vista com um misto de boa vontade e de expectativa, mas está longe de ter ganhado a confiança dos agentes econômicos. Até agora, a área política vem se impondo sobre a econômica. Autoridades petistas continuam fungando seus foles sobre políticas esquisitas e ultrapassadas, como a da revisão da Lei das Estatais, reversão da reforma trabalhista, investimentos maciços em refinarias e em plataformas made in Brazil com o aço que está entre os mais caros do mundo, e em outras reservas artificiais de mercado para a indústria de transformação. Se essas coisas prevalecerem, a maré de boa vontade pode se inverter.
Celso Ming tá com uma visão meio pequena das coisas, ao contrário de Lula que está cada vez mais se revelando um verdadeiro estadista. Ming está mais preocupado com os humores de latifundiários escravistas e bilionários como esses da Americanas que com a emancipação do povo brasileiro como um todo, especialmente com esses que não têm saneamento básico e os moradores de rua.
ResponderExcluir''Um bom momento para o Brasil'',espero que surta resultados.'Surta' do verbo surtir,que é diferente do verbo surtar,rs.
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