“Durante
quatro anos, dia a dia, fomos testemunhas de ações liberticidas que
intencionavam abater quaisquer laços orgânicos em nossa vida comum, negando-se
realidade fática à existência dessa coisa chamada de sociedade. O fascismo e
sua pregação neoliberal das hostes bolsonaristas só admitiam o indivíduo
isolado, mônada de interesses privados somente postos em ordem pela intervenção
mítica do chefe da nação. Nesse sentido, havia algo de misticismo no chienlit
brasileiro de 8 de janeiro, em que uma massa de indivíduos ignaros, à
falta física do seu chefe, tentou baixar o seu espírito como num culto
religioso a fim de realizar a obra que lhe cabia no sentimento de todos.
Bolsonaro encarnou, assim em unção mística, a depredação em que cada
manifestante em êxtase destruía um ícone nacional.
Os alemães, depois de 1945, solenemente
prometeram que sua tragédia nacional não mais se repetiria, e conseguiram.
Seremos capazes do mesmo?”
*Luiz Werneck Vianna. Sociólogo, PUC-Rio. “A patologia brasileira e seus remédios”, Blog Democracia Política e novo Reformismo, 15/1/2023.
Difícil
ResponderExcluirTomara que sim.
ResponderExcluir