Folha de S. Paulo
Parlamentares americanos pedem
responsabilização de Bolsonaro e Trump por ação golpista em Brasília
Um grupo de 32 legisladores democratas dos
EUA e 38 brasileiros de diversos partidos divulgou nesta quarta-feira (11) uma
declaração conjunta acusando o ex-presidente Donald Trump e
seus ex-assessores Steve
Bannon e Jason
Miller de "encorajarem [o ex-presidente Jair] Bolsonaro a
contestar os resultados das eleições no Brasil" e pedindo
responsabilização pelos ataques
à democracia.
A declaração, obtida pela Folha, cita o encontro entre o
deputado federal Eduardo
Bolsonaro com Trump, Bannon e Miller após a derrota
de seu pai no segundo turno da eleição, em 30 de outubro. "Após as
reuniões, o partido
de Bolsonaro tentou invalidar milhares de votos nas eleições
brasileiras. Todos os envolvidos devem ser responsabilizados", diz o
pronunciamento conjunto.
Os legisladores apontam semelhanças entre os ataques ao Capitólio, em Washington, em 6 de janeiro de 2021, e os ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Palácio do Planalto, em Brasília, no último domingo (8). No texto, afirmam que "agitadores de extrema direita no Brasil e nos Estados Unidos" estão coordenando esforços para ameaçar a democracia.
O Washington Brazil Office (WBO) foi
responsável pela articulação da iniciativa entre os parlamentares de ambos os
países. "Esperamos que na visita
de Lula aos EUA os temas da democracia e dos direitos humanos estejam
no centro das atenções", diz James Green, presidente do Conselho Diretivo
do WBO e professor da Universidade Brown. O presidente Lula Inácio Lula da
Silva (PT) deve se reunir com o líder americano,
Joe Biden, na Casa Branca na primeira quinzena de fevereiro.
A declaração aumenta a pressão sobre o
democrata, em meio às discussões nos EUA sobre o status de Bolsonaro no país
—ele está na Flórida desde o dia 30 de dezembro. Congressistas
democratas querem que a Casa Branca deporte Bolsonaro. Joaquín Castro, que
representa a minoria democrata no Comitê de Hemisfério Ocidental, disse à CNN
americana que "os EUA não deveriam ser um refúgio para o autoritário que
inspirou terrorismo doméstico no Brasil". Alexandria Ocasio-Cortez,
conhecida como AOC, parte da ala mais à esquerda dos democratas, postou no
Twitter: "Os EUA precisam deixar de dar guarida a Bolsonaro".
À Folha o deputado Raúl Grijalva
afirmou: "É preciso tirar Bolsonaro dos EUA para que enfrente no
Brasil as consequências de ter instigado os ataques à democracia no Brasil, de
forma semelhante ao que o ex-presidente Donald Trump fez
nos EUA e que culminou [na
insurreição] no Capitólio". "Os brasileiros e a democracia do
país têm o direito de julgar a responsabilidade de Bolsonaro."
Na segunda-feira (9), o porta-voz do
Departamento de Estado, Ned Price, indicou que Bolsonaro
não pode permanecer nos EUA com o visto de chefe de Estado que usou para entrar
no país. Se não procurar o governo americano até o final de janeiro para
mudar a categoria do visto que o autoriza a permanecer em solo americano —como
um de turista—, ele ficará em situação irregular e pode até ser deportado.
Ele fez a ressalva de que não poderia falar
especificamente do caso de Bolsonaro, uma vez que a situação dos vistos de
indivíduos é uma informação confidencial.
A declaração dos deputados divulgada nesta
quarta, no entanto, não pede a deportação do ex-presidente brasileiro porque
ainda não há consenso nesse tema. Parte dos legisladores defende que seria
melhor Bolsonaro ficar nos EUA e ser julgado pela Justiça do país por supostamente
conspirar em solo americano para aplicar um golpe de Estado no Brasil. Outros
querem a remoção de Bolsonaro para que ele enfrente as investigações e uma
possível CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Brasil.
Assinam a declaração 34 democratas, entre
os quais Grijalva, AOC e Adam Schiff, além do senador independente Bernie
Sanders. Do lado brasileiro estão 39 parlamentares, como os deputados Tabata Amaral (PSB-SP)
e Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Jaques Wagner (PT-BA).
Em entrevista à CNN, horas depois de ser internado em Orlando, na segunda-feira, Bolsonaro afirmou que pretende antecipar seu retorno ao Brasil. "Vim passar um tempo fora com a família. Mas não tive dias calmos. Primeiro, houve esse lamentável episódio ontem [domingo] no Brasil e depois essa minha internação no hospital", disse ele. "Vim [aos EUA] para ficar até o final do mês, mas pretendo antecipar minha volta. Porque, no Brasil, os médicos já sabem do meu problema de obstrução intestinal por causa da facada. Aqui, os médicos não me acompanharam." O ex-presidente recebeu alta na terça-feira (10).
O miliciano mentiroso repetiu a mesma estratégia de Abraham Weintraub pra entrar nos EUA com vistos especiais. Weintraub havia sido já demitido do Ministério da Educação aqui e tinha se despedido formalmente no MEC, mas a publicação da sua demissão foi retardada no Diário Oficial. Assim, quando entrou nos EUA, o canalha entrou como autoridade governamental (ministro de Estado), que ele efetivamente já não era no Brasil. O GENOCIDA viajou para os EUA ainda como presidente, e portanto entrou lá com visto de presidente dum país, mas em poucas horas deixou de ter este cargo, mas já estava então em território dos EUA. Bolsonaro gastou uma fortuna em verba pública pra viajar em avião militar para NÃO CUMPRIR QUALQUER função governamental nos EUA, foi uma viagem SEM QUALQUER INTERESSE PÚBLICO, mas bancada criminosamente com dinheiro público, pago por nós!
ResponderExcluirEste talvez tenha sido o ÚLTIMO dos tantos crimes de Bolsonaro na presidência.
ResponderExcluirVou começar a fazer preces pro Bolsonaro de novo,seu carma cada dia pesa mais.
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