O Estado de S. Paulo
Não há nada surpreendente no primeiro
discurso do presidente Lula. Está perfeitamente em linha quanto à tática
política, que é a de se apresentar como salvador. E alinhado ao que se pode
chamar de “ideias gerais” do petismo. Lula diz assumir um país destruído por
regime autoritário que dilapidou o patrimônio público, tem responsabilidade por
genocídio na pandemia, foi criminoso, negacionista e obscurantista. Lula inicia
o mandato, disse, “frente a adversários inspirados no fascismo”.
O extremo lógico desse raciocínio abre caminho para dizer que a enorme oposição ao PT e a Lula – cujo espectro é imensamente mais amplo do que o bolsonarismo – é oposição a quem pretende “reconstruir em bases sólidas a democracia”. É arriscado como tática política num país profundamente dividido.
Assim como é arriscada a afirmação de que o
teto de gastos é uma “estupidez” que será revogada. Da mesma maneira, o extremo
lógico desse raciocínio abre caminho para caracterizar como “estupidez” a
limitação do crescimento de gastos públicos. Está implícita neste trecho do
discurso a falsa dicotomia entre política fiscal e social.
O que Lula postulou em termos gerais sobre
o que pretende fazer na economia faz parte de seu discurso padrão de quase meio
século de vida pública. É a ideia de que o principal motor do crescimento é o
consumo popular, e que os grandes indutores de investimento são os bancos
públicos e estatais.
Não faz sentido importar combustíveis,
fertilizantes, plataformas de petróleo e aeronaves, afirmou Lula. “Caberá ao
Estado trazer a indústria brasileira para o século 21 , prosseguiu, “com uma
política industrial que (...) garanta acesso a financiamentos a custos
adequados”.
Lula disse ter compreendido que deveria ser
o candidato “por uma frente mais ampla” do que o campo político no qual se
formou. Foi a única referência à proposta de conduzir um consenso entre forças
políticas diversas que convergiram na necessidade de derrotar o bolsonarismo –
embora Lula tivesse logo dito que deve sua vitória “à consciência política” da
sociedade e “à frente democrática”.
O discurso não faz menção ao tipo de
oposição de amplo espectro que o coloca na posição de ser o presidente eleito
que já assume com um grande índice de rejeição. Mas seus primeiros passos e medidas,
sim. Segura mais um pouco aí essa desoneração dos impostos sobre combustíveis.
Presidente assumindo e já tem gasolina mais cara?
Waack é um imbecil de coleira
ResponderExcluirWaack sendo Waack
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