Folha de S. Paulo
Ex-presidente reivindica pauta e tenta
manter bolsonarismo como corrente principal mesmo inelegível
Em menos de uma década, um deputado
inexpressivo com uma plataforma corporativista estabeleceu domínio sobre a
direita brasileira. Jair
Bolsonaro expandiu sua defesa de militares e policiais, explorou uma
agenda religiosa ultraconservadora e encenou uma conversão ao liberalismo para
aproveitar a boa vontade de agentes econômicos.
Com sua passagem pelo poder interrompida, o ex-presidente tem o plano de renovar esses instrumentos para exercer influência como oposicionista e isolar potenciais adversários dentro de seu campo político.
Em entrevista ao Wall Street Journal,
Bolsonaro disse que enxerga
a si mesmo como "o líder nacional da direita". Na Flórida, o
ex-presidente acrescentou que "não há mais ninguém" para desempenhar
esse papel no momento.
Bolsonaro parece apostar na manutenção do
vácuo que foi produzido ao longo do último ciclo político. Dependente do
antipetismo, a direita cedeu espaço aos métodos estridentes do ex-presidente. O
barulho seduziu eleitores e até
candidatos alternativos dentro desse grupo, que se interessaram em pegar
carona na popularidade do capitão.
O ex-presidente espera repetir esse roteiro
na oposição. Na entrevista ao jornal americano, Bolsonaro reivindicou o comando
de uma pauta de direita contra Lula. Ele disse
que vai trabalhar com parlamentares e governadores aliados a favor de uma
agenda pró-empresas, contra o aumento de gastos, de oposição ao aborto e a
favor do uso de armas.
Seria desnecessário destacar que o
controle de gastos nunca interessou ao capitão. Fora isso, o plano do
ex-presidente é fazer com que algumas das bandeiras em que ele fixou sua marca
se confundam com a plataforma central da oposição.
Bolsonaro aposta que o bolsonarismo pode se
manter vivo como principal corrente política da direita mesmo
que o TSE declare sua inelegibilidade. Ele indicou que deve testar seu
potencial de transferência de votos como mero cabo eleitoral nas disputas
municipais de 2024.
Se conseguir escapar da prisão, o canalha pode tentar executar estas novas mentiras!
ResponderExcluirSei.
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