Folha de S. Paulo
Com investimentos em obras e aumento do
mínimo, presidente busca atalho para conter desaceleração
Depois de levantar uma briga pública contra
uma ameaça de baixo crescimento, Lula lançou
um plano econômico para o primeiro ano de governo. Ao longo da semana, o
presidente apresentou um pacote de investimentos e benefícios que deve ser
visto como um atalho para conter uma desaceleração do país na
largada do terceiro mandato.
Um dos objetivos do petista é reeditar uma injeção de dinheiro na economia para estimular o consumo, assim como em governos anteriores. Lula desenhou a expectativa em dois eventos nos últimos dias, ao anunciar a intenção de retomar mais de 14 mil obras paradas no país.
"Cada obra dessas vai gerar uma
quantidade de empregos. Esses empregos vão fazer com que as cidades possam ter
um comércio mais forte, e esse comércio mais forte vai crescer na medida em que
tenha mais empregos, em que tenha mais salários", declarou o presidente,
em Sergipe.
A opção por obras
já iniciadas foi o caminho escolhido pelo governo para cortar o
caminho de licitações e licenciamentos, fazendo com que as medidas de estímulo
possam ter efeitos no curto prazo sobre atividades locais e o mercado de
trabalho.
O aumento do salário mínimo e a ampliação
da isenção do Imposto de Renda, confirmados
por Lula à CNN, miram o mesmo alvo. As restrições do Orçamento fizeram com
que os reajustes ficassem abaixo do esperado, mas os petistas consideram que as
decisões têm impacto simbólico imediato sobre sua base.
Essas mudanças já estavam nos planos de
Lula, mas o presidente conseguiu quebrar resistências dentro do governo e
antecipar os anúncios depois de martelar o risco que o patamar atual da taxa de
juros representa para a economia em 2023.
Na véspera da entrevista de Lula, uma das
principais defensoras dessa agenda ligou os dois pontos. A presidente do
PT, Gleisi
Hoffmann, reforçou a aposta no consumo e afirmou que um pacote de estímulo
era urgente. "Precisamos de dinheiro na mão do povo para evitar a
desaceleração por conta dos juros", escreveu.
Sei.
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