Folha de S. Paulo
Em 50 dias, presidente visita três áreas
atingidas por calamidades e faz contraponto com Bolsonaro
Em 50 dias, Lula voou
três vezes para visitar áreas atingidas por calamidades. O petista viajou a
Araraquara (SP) para avaliar os danos provocados pela chuva,
foi a Roraima para anunciar ações de
saúde para os yanomamis e sobrevoou regiões afetadas por
temporais no litoral paulista.
Desastres e crises humanitárias instigam o
eleitor a fazer uma avaliação instantânea de seus governantes. A ciência
política já identificou efeitos na popularidade de políticos quando eles reagem
ou deixam de reagir a casos de grande repercussão.
John Mueller mostrou, nos anos 1970, que eventos dramáticos com dimensão internacional e envolvimento direto do presidente podiam dar ao governante um aumento temporário de aprovação de cinco a sete pontos percentuais.
Nas décadas seguintes, outras nuances dessa
relação foram analisadas. Christopher Achen e Larry Bartels apontaram que, em
alguns casos, os cidadãos culpam governantes de maneira cega em caso de
tragédia. Andrew Cole e outros autores, entretanto, concluíram que o eleitor
pune quem está no cargo, mas ações de socorro amenizam esse impacto.
Episódios dessa categoria são eventos
políticos porque dão ao governante elementos para construir sua imagem. A
dimensão e a duração de seus efeitos dependem de outros fatores, como a
proximidade de eleições, a ocupação do noticiário e a sensação de bem-estar da
população depois da tragédia.
Em dezembro de 2021, Jair Bolsonaro apostou
na rivalidade política com o governo da Bahia e se recusou a interromper suas
férias para visitar locais
atingidos pela chuva no sul do estado. Na eleição seguinte, porém,
ele não teve perda significativa de votos nos municípios da região em
comparação com 2018.
Lula investe numa linha de recuperação da
liturgia do cargo e se beneficia de um contraste com Bolsonaro. O petista
suspendeu a folga no feriado para ir a São Paulo, apressou o anúncio de medidas
de socorro e fez a exibição de uma parceria
com um governador que é seu adversário.
Lula é um estadista.
ResponderExcluirBolsonaro nunca passou de um boneco criminoso manipulado pela fatia imbecilóide e golpista das FFAA.
É muito triste a situação daquele pessoal.
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