O Estado de S. Paulo
Lula usou encontro com Biden para se jogar na agenda global e disputar protagonismo
Se há duas palavras para definir a política
externa que o presidente Lula executou no primeiro e no segundo mandatos e tenta
reproduzir agora, elas são audácia e pretensão. Exatamente por isso, Lula usou
o primeiro encontro com o presidente Joe Biden, em Washington, como trampolim
para mergulhar nos grandes temas globais e tentar resgatar o protagonismo
internacional não apenas do Brasil, mas dele próprio.
Muito além da agenda bilateral, Lula
reavivou a ideia de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU para
o Brasil e se colocou como articulador e líder em várias frentes: defesa da
democracia; fundos internacionais não só para a nossa Amazônia, mas para países
de grande biodiversidade e sem recursos; reocupação de espaço na África em
contraposição ao avanço da China; criação de um grupo de países “não
envolvidos” para um cessar-fogo e a construção da paz entre Rússia e Ucrânia.
Não são pautas bilaterais, são pautas globais.
Quem estava ali, com o presidente da maior potência mundial, não era só o presidente do Brasil em defesa de investimentos e de interesses estritamente brasileiros. Assim como ele foi à Argentina e ao Uruguai para recuperar a liderança do País e dele na região, seu objetivo nos EUA foi lutar por um lugar ao sol entre os grandes do mundo.
A audácia e a pretensão repetem-se nas
conversas com França, Alemanha, China e a própria Rússia e vêm desde o Lula 1 e
2, com Brics, penetração na África e a articulação com a Turquia de uma saída
para o programa nuclear do Irã, derrotada na ONU. De volta, esse Brasil e esse
Lula têm a simpatia da vizinhança, da Europa e dos EUA de Biden, aliviados com
o fim de Jair Bolsonaro, não só pelo que representou internamente no Brasil,
mas pelo esgarçamento das relações externas e seu papel na extrema direita
internacional.
Ao admitir fraude nas eleições americanas e
resistir à derrota de Trump, Bolsonaro empurrou Biden para Lula. Já em 2022, os
EUA condenaram a reunião do então presidente com dezenas de embaixadores contra
as urnas eletrônicas e se comprometeram a reconhecer o quanto antes o resultado
das eleições. Assim foi. Biden soltou nota no mesmo dia da vitória de Lula,
ligou para ele em menos de 24 horas e o convidou a ir aos EUA. E solidarizou-se
com Lula e o Brasil após o 8/1.
Assim, Biden é peça fundamental para jogar
holofotes no Brasil e no próprio Lula, que tem ambição, biografia vibrante, a
marca do combate à fome e a credencial de ser o principal líder da América do
Sul. O céu é o limite. Resta saber se o sonho condiz com a realidade.
COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO
JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA
Audácia, pretensão e competência!
ResponderExcluirE que diferença pro Imbecilnaro!
"Assim como ele foi à Argentina e ao Uruguai para recuperar a liderança do País e dele na região, seu objetivo nos EUA foi lutar por um lugar ao sol entre os grandes do mundo."
ResponderExcluirVerdade. Pra recuperar o q o vigarista destruiu. O genocida sequer era recebido; e muito menos tinha alguma ideia pra apresentar.
Dá-lhe, Lula!
A ideia do GENOCIDA foi visitar o Putin na véspera do ataque dele à Ucrânia! Todo o pessoal do Itamaraty recomendou o cancelamento da viagem, mas o GENOCIDA insistiu em ir a Moscou e se solidarizar com Putin!
ResponderExcluirSe me permite falta ao artigo liberal contextualizar a história diplomática do Brasil no Mundo, pois lembro que fomos o primeiro país a reconhecer a ONU, daí somos os primeiros a discursar na reunião anual daquela instituição internacional. Celso Amorim é o assessor do presidente para assuntos internacionais e sabedor desse contexto. O mundo democrático festejou a vitória de Lula que não rompeu coma história virtuosa da diplomacia brasileira que sempre teve um papel conciliador e terá no caminho do fim do conflito que impacta o mundo entre Rússia e Ucrânia (cujo líder demonstra não ter apresso pela democracia)
ResponderExcluirPois é!
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