O Estado de S. Paulo
De um lado, PT e MST; de outro, União Brasil e a direita do ‘toma lá’ sem o ‘dá cá’
A política externa avança, com o áudio do
presidente Lula com o ucraniano Zelenski e o encontro do chanceler Mauro Vieira
com o ministro russo Serguei Lavrov, mas a política interna vai aos trancos e
barrancos. Lula está espremido entre esquerda, com PT e MST no ataque; e
direita, com o União Brasil trazendo muitos problemas e nenhuma solução.
Qual o objetivo do MST ao invadir três fazendas produtivas da Suzano Papel e Celulose na Bahia, quando o governo mal completa dois meses? Enfraquecer Lula? E fortalecer a guerra ideológica que desaguou na ação terrorista de 8/1 contra os três Poderes?
E quem imaginou um movimento combinado nos
ataques da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ao ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, se enganou. Ela bombardeou em público o fim da desoneração dos
combustíveis, considera os dividendos da Petrobras “indecentes” e quer porque
quer mudar a política de preços da companhia. Com termos duros.
“É mais fácil aguentar o Congresso do que a
Gleisi”, dizem aliados de Haddad, que Lula escolheu como candidato à
Presidência em 2018 em detrimento de Gleisi e virou o principal ministro,
enquanto ela ficou fora, no PT. A crise dos combustíveis não foi a primeira nem
será a última entre eles.
Na outra ponta, a “frente ampla” inclui a
direita do toma lá, dá cá. Exemplo: União Brasil. No “toma lá”, Lula pôs três
enrolados no Ministério: os deputados Juscelino Filho, nas Comunicações,
Daniela Carneiro, no Turismo, e o ex-governador Waldez Góes (este indicado, mas
não filiado ao UB), no Desenvolvimento Regional. E o “dá cá” não rolou. Dos 59
deputados do partido, 28 apoiaram a CPI do golpe, proposta por um bolsonarista
do PL e rechaçada por Lula. Que governo quer saber de CPI?
Juscelino é um festival de problemas, como
informa o Estadão. Deputado, destinou emendas parlamentares para uma estrada na
sua fazenda e, em 2022, só apresentou um projeto, o do Dia do Cavalo.
Candidato, escondeu do TSE R$ 2 milhões em cavalos de raça. Ministro, usou
avião da FAB e diárias para ir a leilões de cavalos em São Paulo.
Não bastasse, nomeou para a Diretoria de
Radiodifusão o sócio de dono de rádios no seu Estado, o Maranhão. Lula não
falou nada, não fez nada.
Não dá para confiar nessa “base aliada”,
embolada e desleal, para a aprovação da MP dos combustíveis. Haddad finge que
está tranquilo, porque MPs entram em vigor automaticamente, por 120 dias, mas
já tem um plano B: empurrar com a barriga. Se o Congresso não aprovar até
julho, volta tudo: desoneração, guerra com Gleisi e perplexidade. Aliás, não só
no “mercado”.
Lula no meio do fogo cruzado... Será que o velhinho vai dizer de novo que foi traído (como no mensalão)?
ResponderExcluirÉ só lembrar a cantora Kátia,não está sendo fácil...
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