Pré-candidatos às eleições municipais avaliam recorrer a estratégia usada no pleito presidencial no ano passado
Por Bernardo Mello / O Globo
Rio de Janeiro - Articulações em andamento
para as eleições municipais de 2024 apontam a resiliência da polarização entre
o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A estratégia
nacionalizada, que já vem à tona em cidades como Rio, São Paulo, Porto Alegre e
Recife, concorre com o peso de caciques locais e com a preferência por temas
municipais, dois fatores que pautaram as campanhas vencedoras nos maiores
colégios eleitorais do país em 2020.
Um dos exemplos desta guinada é o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), eleito há três anos com um discurso focado na contraposição ao então prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que agora costura uma aliança com Lula na expectativa de enfrentar um candidato ligado ao bolsonarismo. Para se cacifar na oposição a Paes, Dr. Luizinho (PP), o secretário de Saúde do governo Cláudio Castro, busca atrair o bolsonarismo articulando uma chapa com o deputado federal e ex-ministro Eduardo Pazuello (PL). O partido de Bolsonaro avalia ainda uma candidatura encabeçada por nomes como o general da reserva Braga Netto ou o senador Flávio Bolsonaro.
— O comando político do PL no Rio é pautado pelas bandeiras do (ex-)presidente Bolsonaro. Assim pretendemos seguir conduzindo o partido, eu, o senador Flávio e o governador Cláudio Castro, inclusive no diálogo para 2024 — afirmou o presidente estadual do PL, deputado Altineu Côrtes.
Rearranjo em São Paulo
Em São Paulo, o atual prefeito Ricardo
Nunes (MDB), que se elegeu em 2020 como vice de Bruno Covas (PSDB), agora busca
uma aliança com o PL para enfrentar Guilherme Boulos (PSOL), que deverá ter o
apoio de Lula. Na eleição anterior, também contra Boulos, Covas, que faleceu em
2021, buscou se dissociar do debate envolvendo o governo Bolsonaro e focar em
aspectos locais da gestão tucana.
Já o atual prefeito do Recife, João Campos
(PSB), após fazer campanha para Lula no ano passado, articulou a entrada do PT
em sua gestão para enterrar divergências da eleição de 2020 e garantir o apoio
do partido à sua reeleição. O ex-ministro bolsonarista Gilson Machado (PL) tem
declarado que será candidato contra Campos.
Machado tem acompanhado Bolsonaro em
eventos nos EUA, assim como outros nomes que buscam a chancela do ex-presidente
para concorrer. É o caso, por exemplo, do deputado estadual de Minas Bruno Engler
(PL), provável candidato em Belo Horizonte, que se encontrou com o
ex-presidente em Orlando na semana passada, e de Coronel Menezes (PL-AM), que
deve viajar nos próximos dias.
Menezes pretende disputar a prefeitura de
Manaus contra o atual prefeito, David Almeida (Avante), que vem oscilando em
acenos a Lula e Bolsonaro desde a campanha do ano passado, de olho na
reeleição.
Em Porto Alegre, lideranças de PT, PCdoB e
PSOL apostam em nacionalizar a campanha contra o atual prefeito, Sebastião Melo
(MDB), eleito em 2020 com acenos ao bolsonarismo e que desde então vem se
aproximando ainda mais de aliados do ex-presidente, como o ex-ministro Onyx
Lorenzoni (PL). No fim de janeiro, lideranças do PT e do PSOL se reuniram para
discutir uma chapa conjunta contra Melo. A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB),
que disputou o segundo turno contra Melo na capital gaúcha, defendeu que a
estratégia da esquerda deve ser similar à da corrida presidencial, de tentar
isolar o bolsonarismo.
“Temos que construir e comemorar a unidade
da esquerda. Mas também atentarmos ao exemplo de Lula e buscarmos uma aliança
mais ampla”, escreveu Manuela em uma rede social na ocasião.
Outras lideranças da base de Lula avaliam a
melhor dosagem do componente nacional na próxima campanha. Em Vitória, o atual
prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), foi eleito em 2020 com uma relação
discreta com o bolsonarismo, mas se aproximou do senador Magno Malta (PL).
Cotado como candidato do PT na capital
capixaba, o deputado estadual João Coser diz que o tom da eleição municipal
“ainda não está dado”.
— O desempenho do governo Lula vai determinar se a campanha será nacionalizada ou não — avaliou Coser.
Ê ahê, Bolsonaros, tudo jóia?
ResponderExcluirE as viagens 'políticas' da Micheque, do Praga Netto, bancadas pelo imbecilóide Valdemar, quando é mesmo que vão começar?
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