O Globo
O governo Lula demonstra uma pressa por
resultados em descompasso com uma certa letargia na proposição de rumos
Passados os dois primeiros meses, o governo
Lula demonstra uma pressa por resultados — na economia e nas pesquisas de
popularidade do presidente — em descompasso com uma certa letargia na
proposição de rumos, sobretudo aqueles que dependerão de votações no Congresso.
Nesse campo, quais serão as prioridades? E com que base o Executivo contará?
É demasiado o tempo perdido pelo
Legislativo nas miudezas da montagem das comissões permanentes. Também não
condiz com um governo que parece querer mudar muitas diretrizes importantes em
várias frentes, a disposição do Senado de encurtar ainda mais a jornada de
trabalho.
Era de supor que, atingido com os demais Poderes pela depredação de 8 de janeiro e passada a recondução (facilitada pelo episódio, diga-se) de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, o Congresso fosse começar a trabalhar pesadamente para dar respostas aos ataques à democracia, de um lado, e às demandas da economia, de outro.
Nem uma coisa nem outra aconteceu, e o
governo, estranhamente, não parece empenhado em mandar para o Parlamento seus
projetos e em cobrar que eles ganhem tração.
Na Fazenda, foco da atenção generalizada
pela aflição com o risco de desaceleração da economia, o discurso é diferente.
Fernando Haddad vem anunciando o encurtamento de prazos para o novo marco
fiscal. Agora, acena com a possibilidade de que a proposta venha à luz ainda nesta
semana, o que seria finalmente transformar em ação essa ansiedade reinante no
Planalto por caminhos para impulsionar o crescimento. Mas essa não é uma
história que se escreva só numa pasta ou só com um projeto.
Mais: de pouco adiantará apressar o projeto
do marco fiscal sem que se saiba em que terreno a gestão Lula pisa na Câmara e
no Senado. E hoje esse é um solo pantanoso.
Alçado a um dos campeões em número de
pastas na Esplanada, o União Brasil virou um celeiro de ministros enrolados que
não entregam votos de suas bancadas. A conjunção tóxica tem levado a um clima
de “ou dá, ou desce” em relação à permanência dos três indicados (por quem
mesmo?) para a equipe de Lula. A ponto de o presidente começar a admitir, como
fez em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo nesta quinta-feira, demitir
Juscelino Filho caso não explique sua crescente lista de confusões.
Antes que o marco fiscal e a reforma
tributária caiam num Congresso ainda de forte inclinação bolsonarista, e sobre
o qual a equipe de articulação política de Lula demonstra não ter quase
ascendência nenhuma, é preciso que cada um dos partidos que integram a coalizão
diga quantas garrafas tem para vender. E é preciso que as férias cheguem ao
fim. Eleição das Mesas, carnaval, quantas desculpas serão necessárias mais para
que o ano finalmente comece?
Lula tem uma preocupação com que, passado o
momento inicial de conjunção de esforços em torno do governo federal propiciado
pelo ato terrorista de 8 de janeiro e pelo legado de morte de Bolsonaro
escancarado pela tragédia humanitária dos ianomâmis, a trégua inicial acabe.
Já existe grande apreensão quanto aos rumos
da economia. Diante da insistência de setores do governo e do PT em usar a
Petrobras e outras estruturas para experimentos que remetem à heterodoxia de
Dilma Rousseff, já se ouve de muitos importantes atores que o risco é o Brasil
enveredar pelo caminho da Argentina.
Lula sabe que sua tão sonhada popularidade
depende umbilicalmente da economia. Cabe a ele não ser um agente de criação de
ruídos desnecessários, como foi muitas vezes nestes 60 dias, unificar o
discurso das diferentes alas do governo e dos partidos, cobrar das muitas
pastas que arregacem as mangas e trabalhem e mandar serviço para o Congresso.
Excelente análise da colunista! Muita pressa e poucos planos caracterizam estes 2 primeiros meses do governo Lula. Medidas importantes já foram tomadas, mas várias oportunidades também foram perdidas ou tratadas atabalhoadamente. Lula não é um neófito, já comandou o país por 8 anos. Talvez esteja meio "enferrujado" e possa melhorar nos próximos meses, se o PT não atrapalhar...
ResponderExcluirRá, letargia nenhuma. Lula já fez mais em 2 meses do q o bozo em 4 anos.
ResponderExcluirE destruiu muito menos também.
A apreensão com a economia é característica dos jornalistas. Fiquei sabendo q o genocida fez o Brasil crescer a média de 1,5%aa. Isso não causou apreensão nestes profissas.
Com Lula, o país crescerá mais - isso demanda mais do q 2 meses, claro.
Verinha, tome mais um suquinho de maracujá e segure a onda, tá?
ResponderExcluirTitio Lula sabe o que está fazendo e o que fazer, pra consertar os últimos 4 anos de estultice do estrupício, talkey?
Gente é impressionante como os zumbis petistas na falta de competência para apresentar suas ideias apelam para a grosseria. Não conseguem entender o esforço que todos fizeram para expulsar a aberração que habitava o planalto e ficam com a arrogância e burrice que fizeram o aparecimento da finada(?) aberração que pode até voltar.Não sabem nada e não aprendem nada. Jornalista certíssima!!
ResponderExcluirRá, Magalhães foi uma das q previu q Lula estava acabado. E u omi vira presi.
ExcluirErra muito, essa menina. Mas até um relógio quebrado acerta a hora.
Na Flórida, o covarde fujão dá gargalhadas com o apoio a Lula trazido pelos cumpanheno du MST e suas invasões de terras produtivas na Bahia - aquele tipo de propriedade que Lula disse que o MST nunca invadia...
ResponderExcluircumpanhero
ResponderExcluirVera não brinca em serviço,cobra mesmo,rs.
ResponderExcluir