O Estado de S. Paulo
Os planos de governo de Lula enfrentam dificuldades com a realidade
Mike Tyson tinha um soco formidável e uma
perfeita definição do que é estratégia: “Todo mundo tem um plano até levar um
soco na boca”. Supondo que Lula tenha como plano transformar o Brasil segundo
suas visões políticas, já levou vários socos na boca. Em outras palavras,
nenhum plano resiste ao primeiro contato com a realidade. É o que está
acontecendo com os planos do presidente.
Promessas de campanha não cabem no Orçamento.
Não cabem na nova constelação de poder no sistema de governo, com a ampliação
das prerrogativas do Congresso. Não cabem num ambiente político de polarização
calcificada e enorme oposição social ao governo do PT.
O cerne do plano de Lula é bem evidente. Trata-se de poder expandir sem muitos limites os gastos públicos esperando que tragam progresso para o País. Enquanto ele, árbitro e negociador máximo, acomoda no “gogó” interesses diversos e antagonismos que vão surgindo pelo caminho. Se deu certo antes, vai dar certo agora.
Ocorre que a realidade mudou nos últimos 20
anos talvez além da capacidade de compreensão do presidente. O Brasil tem
produtividade e competitividade (fora o agro) estagnadas há décadas. E, na
média dos últimos dez anos, exibe crescimento pífio com dívida pública maior.
As previsões para o crescimento neste ano são, no fundo, mais do mesmo.
Instinto e experiência política dizem a Lula que sua popularidade vai se deteriorar rapidamente – portanto, sua capacidade de lidar com o Congresso –, se não apresentar resultados econômicos convincentes com muita brevidade. Daí a ânsia em martelar uma redução da taxa Selic, entendida por Lula como única condição agravante imediata da economia.
De fato, as taxas de juros são perversas no
Brasil, mas por outro motivo. Elas são altíssimas no curto prazo, mas também no
longo. O que traduz expectativas baixas e percepção de risco alta por parte dos
agentes econômicos.
Quebrar esse “ferrolho” (que é, em parte,
profecia que se autocumpre) exigiria de Lula brutal adaptação de seu plano – é
o que implica a definição de
Tyson. Seria aceitar regras rígidas e
impopulares de limite de crescimento de gastos e renunciar a exceções da regra
– o contrário do que vem tentando.
Lula acha que os socos que está levando na
boca vêm do presidente do BC e do presidente da Câmara. Na verdade, está sendo
golpeado pela realidade de ele mesmo mandar menos, e ter dificuldades severas
de coordenação política num país enfrentando desafios profundos que ele mal
consegue entender.
O pior do nocaute é não saber de onde vem.
Esse chupetão racista acha que sabe, mas não sabe não
ResponderExcluirChora PeTebento nojento
ExcluirExcelentes observações sobre governo de político habilidoso que, no decurso do tempo, virou chefe de quadrilha e falastrão decadente.
ResponderExcluirO que o Brasil precisa fazer é uma auditoria da dívida pública. E chamar Maria Lucia Fatorelli. E acabar com a roubalheira dos bilionários.
ResponderExcluirKkkkk. Essa pérola é lá dos anos 80. Atualize - se
ExcluirSei.
ResponderExcluirO mundo deu um suspiro de alívio com o Trump indiciado, belo exemplo para safadeza de político. O Brasil precisa aprender e botar o Lira pra correr.
ResponderExcluirQue bobagem, o que uma coisa tem com outra?
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