Ocupei diversos cargos executivos nas
esferas municipal, estadual e federal. O acumulo de experiência foi essencial
para o exercício dos dois mandatos como deputado federal.
Em 2019, ao ser convocado para reassumir o mandato, preferi abrir mão, dando por encerrado o ciclo de vida parlamentar e levar à frente a experiência junto à iniciativa privada como consultor, o que perdurou até aqui, em 2023.
Mas agora, em maio, o Presidente do Senado
Federal, senador Rodrigo Pacheco me fez um honroso convite para dirigir a
Instituição Fiscal Independente (IFI) brasileira. Resolvi aceitar o desafio,
retomando a essência de minha vida, ou seja, a vocação pública. Ainda passarei
por uma sabatina na Comissão Diretora do Senado e por votação para a aprovação
ou não da indicação feita.
A IFI brasileira foi criada, em 2016, por
Resolução do Senado Federal, quando era presidente o senador Renan Calheiros
(MDB/AL), com intenso apoio dos membros da Comissão de Assuntos Econômicos.
Tendo à frente os economistas Felipe Salto e Vilma da Conceição Pinto, apoiados
por uma pequena, mas competente e aguerrida equipe, foi feito um trabalho
intenso e qualificado, transformando a IFI em exemplo de credibilidade,
visibilidade, qualidade e transparência, tornando-a grande referência em
assuntos fiscais e orçamentários para o Congresso Nacional, a sociedade e a
imprensa.
Embora tenha havido extremo êxito na
implantação da IFI brasileira, o nível de conhecimento sobre a importância das
IFIs na governança fiscal de um país ainda é baixo entre nós. A OCDE publicou
em 2022 o documento “Report on the Implementation of OCDE Recommendation on
Principles for Independent Fiscal Institucions”, onde consta o histórico das
IFIS em dezenas de países, sua natureza institucional, suas características e
sua centralidade na governança fiscal ao produzir informações, estudos e
projeções qualificadas, independentes, transparentes e referenciais em assuntos
fiscais, tributários e orçamentários.
O escopo das recomendações para as IFIs
compreende as regras de seu funcionamento e a sua estrutura; os recursos
humanos e financeiros necessários; a transparência essencial; a independência
em relação a qualquer viés político, ideológico ou partidário; o relacionamento
estratégico com o parlamento; a centralidade da ação de comunicação; os
mandatos recebidos; o acesso às informações e a avaliação externa de suas
atividades.
O papel essencial das IFIs, particularmente
em um país como o Brasil em que a questão fiscal é central, ficou claro no
seminário promovido pela IFI brasileira em cooperação com a União Europeia, na
última terça-feira, com falas de representantes da Hungria, de Portugal,
Espanha, UE e do governo brasileiro.
Será um grande desafio contribuir para a consolidação
da IFI brasileira como elemento chave da governança fiscal do país. Como
sempre, darei o melhor de mim para o alcance dos objetivos da instituição.
*Economista
Boa sorte!
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