Folha de S. Paulo
Ex-presidente escondeu gravidade da
pandemia, posou de vítima e foi premiado com Pix
Depois de perder a eleição, Donald Trump arrecadou
US$ 255 milhões em oito semanas. O presidente derrotado pedia doações enquanto
espalhava alegações de fraude e prometia usar o dinheiro para contestar o
resultado das urnas.
A vaquinha enganava os eleitores duas
vezes. A primeira lorota era a finalidade das doações. Nem 4% do dinheiro foi
gasto com a tentativa de virada de mesa. Uma parte foi usada em propaganda e o
resto (cerca de US$ 175 milhões) ficou guardado para uma nova campanha de
Trump.
A outra falcatrua era o discurso da eleição roubada. Na última semana, Rudy Giuliani admitiu que, como advogado de Trump, fez acusações falsas de fraude na contagem de votos.
A mentira é uma arma poderosa na política,
mas também pode ser um negócio lucrativo. Uma história falsa e cheia de
excitação é sempre um produto mais interessante que uma realidade entediante ou
dolorosa. Um eleitor apaixonado e dedicado a uma causa é o consumidor ideal.
Uma fabulação com baixo grau de veracidade
ajudou a movimentar a conta bancária de Jair
Bolsonaro. Um relatório do Coaf mostrou que o
ex-presidente recebeu R$ 17,2 milhões numa campanha informal para
ajudá-lo a pagar multas judiciais.
O eixo central da fantasia é a ideia de que
Bolsonaro foi punido porque é vítima de uma conspiração. As multas, portanto,
não seriam meras consequências de seus atos.
Um elemento do engodo foi a convocação de
eleitores para ajudar o ex-presidente a pagar multas por não usar máscaras
durante a pandemia. A enganação é dupla porque Bolsonaro escolheu desafiar
recomendações das autoridades de saúde, mas também porque seu governo conhecia
e preferiu
esconder informações sobre a gravidade da Covid.
O senador Flávio
Bolsonaro ainda acrescentou uma mentira extra ao tentar defender o
pai, afirmando que o ex-presidente foi punido "por estar na linha de
frente na pandemia salvando vidas e empregos". Jair Bolsonaro foi multado
em comícios e passeios de moto.
Perfeito! Trump e Bolsonaro usaram e continuam usando a mentira como estratégia, como método e também como negócio, como bem mostra o colunista. Não são os únicos, mas são líderes incontestes nisto, Trump como mestre e o miliciano mentiroso como eficiente aprendiz!
ResponderExcluirUm festival de horrores.
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