Folha de S. Paulo
Presidente lança bases de nova relação com
o grupo, contrata maioria no Congresso e assume riscos
"Você tem que ter uma maioria, senão
você se mata", resumiu Lula ao
defender a abertura
das portas do governo para o centrão. A decisão de ceder espaços
generosos para o sindicato de Arthur Lira pode se tornar um lance político
definidor do terceiro mandato do petista.
Lula gostou do que viu na Câmara na semana passada. Os deputados entregaram dois sonhos de consumo de qualquer governante: aprovaram uma mudança na Constituição que parecia inalcançável e destravaram a votação de um item considerado crucial pela equipe econômica.
O petista quer a
tranquilidade do que foi apelidado de "supersemana" no
restante de seu mandato. Ele deu sinal verde para uma minirreforma ministerial,
lançou as bases de uma nova relação com o centrão e indicou que o governo está
disposto a pagar um preço razoável pelo apoio —alojando o grupo em pastas
ocupadas pelo PT e em postos considerados joias da coroa, como a Caixa.
O acerto pode levar para a órbita do
governo PP e Republicanos (dois pilares bolsonaristas) e renovar o acordo com a
União Brasil. A ideia é receber a adesão de blocos inteiros de cada partido,
tornando a operação política do Planalto menos dependente de negociações no
varejo.
O centrão promete aproximar o governo de
uma base de 280 deputados, uma maioria consolidada. Outras dezenas de
parlamentares votariam a favor do Planalto em alguns projetos —incluindo nomes
do PL abastecidos pela máquina do governo e pelos novos ministros do centrão.
Articuladores de Lula não esperam apoio a
propostas com carimbos nítidos da esquerda ou qualquer estripulia na economia.
Os objetivos principais são ganhar estabilidade para tocar o dia a dia, aprovar
projetos que aumentem a popularidade do petista e evitar que o centrão use as
chamadas pautas-bomba para pressionar o Planalto.
A expansão do clube do governo também
aumenta um risco de escândalos que já não é desprezível na configuração atual.
O acordo será um teste para a política pós-Lava Jato.
Quando um populista ganha, quem ganha é o Centrão.
ResponderExcluirQuando Bolsonaro ganha, quem ganha é Arthur Lira, Davi Alcolumbre e Rodrigo Pacheco ; quando Lula ganha, é ao contrário e quem ganha é Rodrigo Pacheco, Davi Alcolumbre e Arthur Lira.
Você, que vota em um dos dois populistas, é para dar pider ao Centrão que você está votando.
Alguma dúvida?
Mais uma vez comparando o incomparável.
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