Folha de S. Paulo
Políticos representantes desse contingente
até agora não se apresentaram ao jogo
As eleições municipais e presidencial já
mobilizam as chamadas bolhas da política. Na esquerda consolida-se para 2026 a
ideia da reeleição do presidente Luiz Inácio da Silva e na direita articula-se
a substituição de Jair Bolsonaro, inclusive com testes na apresentação de nomes
de possíveis candidatos.
Um personagem, no entanto, está fora dessa movimentação. É o centro, assim entendido como a representação de um desejo da maioria apontada pelas pesquisas de opinião (57%) por uma alternativa aos dois campos hoje oponentes e tidos como extremados.
A despeito da preferência do eleitorado por
vir a transitar numa avenida central, os políticos apresentados lá pelos idos
de 2020, 2021 e início da 2022 como pretendentes a representantes desse
contingente até agora não se apresentaram ao jogo. Dão a impressão de que outra
vez não se organizam com antecedência por considerarem que continuará a
prevalecer a dita polarização.
Onde estão as pessoas que em determinado
momento surgiam como possibilidade para o rompimento das bolhas? Cada qual
seguiu o respectivo destino, uns mais outros menos visíveis e/ou disponíveis
para ocupar o espaço alternativo para a próxima disputa presidencial.
O ex-governador João Doria voltou-se à
carreira empresarial e jura que não retorna à política eleitoral; Luciano Huck
voltou a se recolher à carreira de apresentador; Luiz Mandetta perdeu a eleição
para o senado em Mato Grosso do Sul; Sergio Moro luta para não perder o mandato
de senador pelo Paraná.
Rodrigo Pacheco, na presidência do Senado,
postula indicação ao Supremo Tribunal Federal, Eduardo Leite está ocupado
governando o Rio Grande do Sul, Ciro Gomes anda farto da disputa política,
Geraldo Alckmin é vice-presidente e Simone Tebet, ministra. Ambos atados ao
governo Lula.
Ao que se vê, ou a terceira via entra logo em campo ou de novo não será viável.
Pois é.
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