O Globo
Progressistas e Republicanos — refiro-me
aos partidos — no governo Lula. Agora vai. Será? Mais seguro seria:
Progressistas e Republicanos, os partidos de Ciro Nogueira (Arthur Lira) e
Marcos Pereira (Tarcísio de Freitas), com filiados no governo.
Agora firma.
É como se têm vendido terrenos na Lua.
Miragem de oásis no deserto. Os vendedores, registre-se, estiveram sobre o
palanque de Jair Bolsonaro até ontem.
O Planalto detém as cadeiras. A turma as aceita. Não entrega apoio — certamente não estabilidade. Ou entrega pouquíssimo. (Entrega nada sem negociações caso a caso — sem a liberação de milhões em emendas.) E depois diz que não prometera fidelidade. Que não integra a tal base. Mas que, perdendo os cargos que levou, opa: pegará mal. E que, por outra, ganhando ainda mais funasas, terá “boa vontade” para com o governo.
É curioso esse conceito de “boa vontade” ou
“bom ambiente” — sem se comprometer com apoio perene — numa relação política
que se pretende previsível. Ninguém, entre os bivares e outros comerciantes,
saberá dizer quantos votos o “clima favorável” garante. A galera, no entanto,
continua a vender lotes. “Bom ambiente” sendo outro nome para o chão de
insegurança por meio do qual Lira gere (infla) seu poder sobre o Parlamento — e
o governo — e apregoa sua imprescindibilidade artificial.
Quem será Arthur Lira em 2025, quando for
ex-imperador da Câmara?
Até lá, será o fiador — maior ou menor — da
governabilidade que o governo permitir que seja. Seu tamanho está
superdimensionado hoje; e crescendo. O Planalto não é inocente no regime de
engorda, pois soube distribuir os mesmos orçamentos secretos — para as mesmas
codevasfs — de Bolsonaro quando sob risco de revés no Congresso; as mesmas
emendas Pix, aquelas de fiscalização impossível, para os mesmos destinos e
outros hospitais veredas. E logo serão conhecidas as novas expressões, produtos
desta legislatura, dos kits de robótica.
Não faz muito, falávamos de Celso Sabino no
Ministério do Turismo. É do União Brasil. Para ser exato: da facção lirista da
confederação de interesses patrimonialistas em que consiste o troço. Grupo que
tem Elmar Nascimento como líder. Sabino viria — está confirmado já — para que o
partido afinal fechasse com o governo. Não era essa a propaganda?
Mais uns cinco ministérios e Lula terá
talvez contemplado todos os donos do balaio. Já estão lá, do União, dois
ministros da federação alcolúmbrica. Sabino, que é Lira, parecia agradar a
Nascimento, também Lira. No meio do caminho, porém, havia a demanda pela pasta
com a porteira fechada. Sabino mais flexível ante a fome elmárica por todas as
embraturs. Um choque de lirismos.
Quantos novos juscelinos e outros filhos
serão necessários abrigar na Esplanada até que se compreenda que não haverá
união — não apenas no União — por apoio ao governo?
Novos juscelinos virão. Também os filhos.
André Fufuca, do Progressistas, e Silvio Costa Filho, do Republicanos, serão
ministros. Está pactuado. Serão; só não se sabe de que pastas. Serão de alguma
coisa. É esse o apetite que deveria alarmar Simone Tebet — mais que a
previsível (a administração é petista) indicação ideológica ao comando do
avacalhado IBGE. Deveria alarmar duplamente, aliás; porque, antes de lhe
ameaçar o assento, desafia as possibilidades de planejamento responsável do
Orçamento.
Lira quer o Desenvolvimento Social — o
Bolsa Família — para Fufuca. (Futuca. Futuca.) Mas pode ser Ciência e
Tecnologia, ou Indústria e Comércio, ou Portos e Aeroportos. Querem superfície.
Pode ser qualquer uma; que a rapaziada mais nova manja de tudo — e aprende rapidamente.
Vide Juscelino Filho nas Comunicações. Domina de tal forma a matéria que até
pôde se dedicar aos leilões equestres.
Para outro filho, Silvio Costa, fala-se no
Ministério dos Esportes. Pode ser outro. Marcos Pereira, presidente do
Republicanos, decerto não rejeitará a cadeira para um dos seus. A pergunta
continuará de pé: o partido formará com o governo? Entregará ao Planalto algo
para além do que já entregaria sob o acordado desaguar dos dinheiros das
antigas emendas do relator?
O que esses partidos — Progressistas e
Republicanos — oferecerão? Estabilidade-previsibilidade? Consenso sobre a pauta
do Parlamento? Pereira e Lira — este, sim, mesmo desde a condição de presidente
da Câmara — se declararão membros da base de Lula, como para Bolsonaro?
Estão levando a corda e a caçamba. E
almejam a Caixa. Já têm os dinheiros, senhores de largos fundos orçamentários.
Terão, doravante, as estruturas por meio das quais ministrá-los. (Como sob
Bolsonaro.) Como homens de boa vontade, cultivarão o bom ambiente, sempre
abertos a pedir mais quando chegar a próxima votação importante para o governo.
É como se sustenta um clima favorável. (Como com Bolsonaro.) São e serão
independentes — como não sob Bolsonaro.
Foram bem feios os conluios armados por José Dirceu para sustentação do governo Lula1 a partir do meio daquele mandato para a frente. Entrou governo, saiu governo, e a putaria só aumentou e passou a ser praticada em quase todos os cômodos do poder. Tudo passou muito além de ser apenas loteamento da administração pública; virou indecência mesmo!
ResponderExcluirNo governo Dilma não foi diferente. Quer dizer, foi:: no governo Dilma continuaram a fazer muita putaria, mas se tinha conhecimento ou se chegou a assistir a algum bacanau, ela não participou de nenhum. Mesmo se viu, Dilma não fez! Dilma pode ter cometido vários erros que nós condenamos, mas o erro de ser gigolô política Dilma não cometeu. Nenhum de nós sabe de nenhuma vez em que aquela presidenta tenha tirado a roupa e corrido atrás de parlamentares tarad@s para se dar bem em troca de favores. Dilma até fez umas coisas escondidas para tapar buracos de sua administração, mas fez sempre bem vestida.
Já Lula a partir do meio do Lula1 para a frente, Temer e Bolsonaro, estes foram pegadores insaciáveis. Investigadores que montaram campana nas proximidades anotaram em seus blocos de notas a frequência de parlamentares do PP, do PT, do PL, do MDB, dos frequentadores de sempre.
Lula3 está comprando penteadeira, procurando um n° de telefone fácil, tipo 96969, mandando instalar luz vermelha na entrada e abajur lilás nos aposentos.
Tudo está bem pornográfico de muitos anos para cá, muito e muito mais do que já foi antes, e os mais fodidos temos sido nós.
Está doendo!