sábado, 12 de agosto de 2023

Dora Kramer - A tropa no choque

Folha de S. Paulo

Convocação de Rui Costa fez governo levar a sério potenciais riscos da CPI do MST

tratoraço do governo sobre a CPI do MST pareceu desperdício de munição, dado que a comissão vinha sendo vista no Palácio do Planalto como mero palco para bolsonaristas dançarem ao som de uma orquestra de lacrações em série, sem maiores chances de desdobramentos danosos.

Foi assim, mas deixou de ser quando a oposição conseguiu aprovar a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Aí o alerta foi aceso, tanto em decorrência dos questionamentos a ele sobre suas relações com os sem-terra enquanto governador da Bahia quanto a novas convocações que acentuassem a leniência dos petistas com ilegalidades do movimento.

Algo fatal para a reconstrução de relações com o agronegócio, mas não só. Havia também o receio de que a CPI enveredasse por quebras de sigilos indesejáveis (correu neste terreno o nome de João Pedro Stédile) e pudesse alcançar também supostos acordos de governadores do Nordeste —parte deles hoje ministros— para criar obstáculos ao cumprimento de ordens de reintegração de terras.
Se essa linha fosse adiante, poderia haver complicações legais para os que tivessem confrontado a

Justiça. Ante o risco, o governo preferiu não flertar com o perigo. Daí a convocação da tropa recentemente reforçada com a reforma ministerial em andamento.

O apelo foi prontamente atendido. Os partidos do centrão trocaram seus representantes na CPI por outros mais permeáveis aos interesses do Planalto a fim de marcar, com o gesto, a inauguração da nova fase e alterar de forma radical a correlação de forças na comissão.

A tropa atuou no choque, mas deixou claro que a fidelidade não inclui necessariamente as votações em plenário. Estas seguirão o acerto feito entre os presidentes da República e da Câmara: temas de interesse comum terão apoio; agenda que implique retrocessos não andará; e assuntos de natureza marcadamente ideológica serão disputados no voto.

 

2 comentários:

  1. ▪Que horror ter o país dividido entre os populismos de Lula e Jair Bolsonaro!
    ▪Que horror ter estes dois populistas toscos rebocando com seus carismas-veneno os seguimentos menos coerentes ideologicamente dos extremos politicos, um fazendo isso à esquerda e o outro fazendo à direita, impedindo que surjam no país forças políticas saudáveis e coerentes destes dois sabores ideológicos; forças que sejam radicais, mas sejam democráticas e antipopulistas.

    Os populismos não estão impedindo a formação e preenchimento do espectro político com forças ideologicamente coerentes apenas nos extremos não ; eles impedem, com suas presenças e práticas danosas, a existência de qualquer expressão política coerente e baseada em valores e princípios.

    Para uma Extrema-Esquerda legítima (e democrática) havia a promessa do PSOL, mas este se associou a Lula e está ele próprio cultivando Guilherme Boulos como o próximo populista brasileiro com retórica de extrema-esquerda. Líderes mais autênticos do sabor ideológico de extrema-esquerda que atuam no PSOL, como Milton Temer (não confundir com Michel Temer, por favor), estão quase anulados no PSOL.

    Na Extrema-Direita, enquanto ideia política legítima, temos alguns nomes, como o nome de Flávio Rocha, dono das Lojas Riachuelo, que ensaiou a construção de um partido deste sabor ideológico, mas não persistiu e o Brasil continuou sem ter um partido legítimo e coerente para representar esse segmento político, subsistindo neste extremo frações mais fascistas agregadas ao esquema do populista Bolsonaro.

    Mas o carisma-veneno dos populistas Lula e Bolsonaro é mais poderoso e ao mesmo tempo, ordinário, e os dois populistas, além de oportunistas e arrivistas sem valores e sem principios dos extremos políticos, acabam arrebanhando também os fisiológicos e demagogos do Centrão e eles acabam virando Tchutchucas uns dos outros::
    ▪Os fisiológicos do Centrão foram Tchutchuca de Lula em seus governos corruptos, depois viraram Tchutchucas de Bolsonaro e, agora, novamente são Tchutchucas de Lula ;
    ▪E Lula e Bolsonaro, por sua vez, se tornam, eles, Tchutchucas do Centrão.

    Politica e ideologicamente estamos em um país de Tchutchucas! É deprimente constatar, mas é como estamos.
    ▪Precisamos derrotar estes dois populisras e mudar o jogo, arejando o exercício da política no Brasil e preenchendo com partidos coerentes com valores, ideias, propostas e princípios os espaços dos sabores no espectro ideológico. No momento, guardando alguma coerência politica, só temos o diminuto Partido Cidadania23, que ocupa o sabor de Centro-Esquerda no espectro ideológico ; mesmo assim, até o Cidadania23 a polarização populista e fisiológica está conseguindo atingir negativamente.

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  2. O Brasil está em boas mão,querer melhor é quimera.

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