Equidade: Atualmente cerca
de 45% da carga tributária brasileira se concentra nos impostos sobre consumo,
intrinsecamente regressivos, os brasileiros mais pobres pagam proporcionalmente
mais impostos.
Simplicidade
e transparência:
A simplicidade é importante para conferir transparência e eficiência. Temos um
dos mais complexos sistemas do mundo. Não há transparência, o contribuinte não
sabe exatamente quanto paga de impostos.
Elasticidade e estabilidade: Estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), em setembro de 2022, apontou que desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, foram editadas 466.561 normas tributárias.
Baixo
custo de conformidade: É grande o peso da manutenção das receitas federal,
estaduais e municipais dentro do orçamento público e são elevadíssimos os custos
administrativos impostos ao setor privado para o cumprimento de suas obrigações
tributárias.
Eficiência
e neutralidade: é
notório que a grande complexidade da legislação tributária brasileira,
fragmentada e sem uniformidade nacional, introduz inúmeras distorções na
tributação com repercussões negativas sobre a alocação dos investimentos e a
produtividade da economia.
Segurança
jurídica: um
sistema tributário eficiente deve diminuir o nível de litigância entre
contribuintes e fisco. Pesquisa encomendada pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) e publicada pelo Instituto Insper, em 2020, apontou que o contencioso
tributário no Brasil envolvia recursos, em 2019, equivalentes a R$ 5,44
trilhões, ou seja, a 75% do Produto Interno Bruto (PIB), nível certamente
recorde em relação a outros países.
Moderação
tributária: A
magnitude da carga tributária obedece ao modelo de Estado e à evolução
histórica de cada país, sendo derivada do pacto político em torno das definições
sobre o papel do Estado, a amplitude de suas ações, seu custo de operação e a
forma de seu financiamento. Segundo a OCDE, o Brasil registrou, em 2021, uma
carga tributária total de 33,9% do PIB. A OCDE e o Observatório de Política
Fiscal do IBRE/Fundação Getúlio Vargas revelam que a carga tributária brasileira
é próxima à média dos países da OCDE (34,1%), mas muito superior à média dos
países da América Latina e Caribe, (21% do PIB) e dos países emergentes.
Como visto, o sistema tributário brasileiro
não atende plenamente a nenhum dos princípios característicos de um sistema tributário
simples, justo e eficiente. Fica evidenciada a natureza estratégica e inadiável
da reforma tributária em curso no âmbito do Congresso Nacional.
O esforço empreendido, neste momento, concentra-se
nas mudanças relativas aos impostos sobre o consumo de bens e serviços, prevendo
a simplificação do sistema e a melhoria de suas regras de funcionamento, com a
criação de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) dual.
Voltaremos ao assunto detalhando os
objetivos e o conteúdo da PEC 45/2019.
*Economista
Muito didático este texto, parabéns ao autor e ao blog que o divulga!
ResponderExcluir■Mascus Pestana seria um nome que eu adoraria ver na presidência. Pena ele não ter lastro eleitoral para tanto.
ResponderExcluirOs melhores nomes que o Brasil tem ficam na sombra por termos um eleitorado tão desatento (e, como bons políticos que são, expõem ideias consistentes mas que contrariam as porcariadas populistas e venais que o Brasil tem, e acabam sendo xingados e desqualificados pelos jagunços políticos dos populistas).
Mascus Pestana é um destes poucos políticos brasileiros que sabe que política não é ficar "harmonizando" a técnica com interesses eleitorais, mas, sim, a política é para usar a força que tem para fazer prevalecer a boa técnica. E Marcus Pestana domina completamente vários temas de políticas públicas.