O Globo
Foi grave a insinuação do ministro de Minas
e Energia, Alexandre Silveira, que soltou a suspeita de ter havido sabotagem e
pediu investigação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia
Federal.
A novidade de mais um apagão de alcance
nacional é a politização do caso. Politização em sentido estrito,
aproveitamento do fato para falar contra a privatização da Eletrobras ou em
hipótese de sabotagem. Nos eventos anteriores, os governos do momento sofreram
críticas e certamente ficaram fragilizados politicamente.
Mesmo quando, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, para não haver apagão, montou-se uma força-tarefa para organizar um racionamento do uso da energia, com estímulos à redução de consumo, o governo sofreu muito desgaste. Fala-se até hoje no “apagão” que não aconteceu, por falta de água nos reservatórios das hidrelétricas.
No final do governo Bolsonaro, os
reservatórios das hidrelétricas ficaram praticamente vazios devido à grande
seca. Houve o temor de que um apagão pudesse paralisar a economia do país,
colocando por terra o desejo de Bolsonaro de se reeleger. Passou-se por essa
ameaça, e hoje os reservatórios estão mais cheios do que nunca. Mas, desta vez,
acusa-se a privatização da Eletrobras, sugere-se uma possibilidade de
sabotagem, sem que haja indício suficiente para tal.
A privatização da Eletrobras, que o governo
Lula tentou sem sucesso reverter, foi acusada pelos petistas, a começar pela
primeira-dama Janja da Silva, de responsável pelo maior apagão já ocorrido no
país desde 2009. Janja, que já trabalhou em Itaipu, deu início à onda de
críticas num tuíte atribuindo indiretamente o problema do apagão à privatização
da Eletrobras — e foi seguida por diversos petistas. É uma maneira de tentar
novamente reverter o que está feito — e em que o Congresso já disse que não
voltará atrás.
É um ponto delicado na relação atual,
conturbada, entre a Câmara e o Executivo. O presidente da Câmara, deputado
Arthur Lira, irritou-se com a tentativa do governo de invalidar a privatização,
e com razão. Hoje, às voltas com uma crise de relacionamento com o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, que acusou a Câmara de ter muito poder, mexer nesse
vespeiro não é aconselhável. Está em jogo a aprovação do arcabouço fiscal.
Quanto ao apagão, não há nada que mostre
que a privatização foi a causa, mesmo porque já tivemos outros apagões no país
inteiro. Só existiria uma maneira de a Eletrobras ser responsabilizada, e não
há nada que a comprove até o momento: os controladores privados não terem feito
os investimentos necessários. Mas a privatização aconteceu há menos de um ano,
e não é possível cobrar resultado imediato.
Mais grave foi a insinuação do ministro de
Minas e Energia, Alexandre Silveira, que soltou a suspeita de ter havido
sabotagem e pediu investigação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e
da Polícia Federal. Também o ministro da Justiça, Flávio Dino, foi nessa
direção. Se aconteceu, é gravíssimo. O pior é que não é nem descabido imaginar
que possa ter acontecido coisa do tipo, pois não tentaram sabotar redes de
transmissão e o aeroporto de Brasília com uma bomba?
Mas é meio precipitado o governo sair com
isso. O chefe da Casa Civil, ministro Rui Costa, tentou recolocar as coisas no
lugar, afirmando que esperaria a resposta técnica para depois investigar outras
possibilidades. Até agora, mais de 48 horas depois, não houve essa explicação
técnica. Nos outros apagões, nunca se pensou em sabotagem. Discutiram-se as
falhas de sistema, a necessidade das térmicas, incluídas no projeto nacional de
energia com as fontes de energia renováveis, como a eólica e a solar. Como
temos histórico de apagões, é improvável que seja sabotagem. Mas é preciso
surgir uma explicação técnica plausível, para que não se dê margem a teorias da
conspiração também plausíveis nestes tempos em que vivemos.
Siga o dinheiro que encontrará o sabotador. Ou melhor,siga o Ibovespa.
ResponderExcluirMAM
■Reverter privatização da Eletrobrás?
ResponderExcluir▪O que deveria ser revertido é Lula estar solto, depois de corrupção de $bilhões (com uns biscoitinhos de alguns milhões para ele) e Bolsonaro ainda não ter sido nem indiciado até agora, quando já deveria estar preso (um rolex não é um tríplex, mas é roubo do mesmo jeito).
Não creio que Lula tenha ficado com bilhões de corrupção,onde está o dinheiro?
ResponderExcluirEu também não creio que Lula tenha ficado com R$Bilhões.
Excluir▪Tanto que eu escrevi que Lula ficou com 'biscoitinhos' de alguns R$milhões!
▪Só as duas cozinhas e acessórios de alto luxo, as duas igualzíssimas, compradas para o Sítio e para o Tríplex pelo arquiteto da OAS a mando de Léo Pinheiro, eram da impagável griffe Kitchen!
=>A antena de telefonia de 20 metros de altura e com cabos puxados de 4km para o Sítio pela empresa provedora era avaliado em R$1.000.000,00!
Detalhes! Detalhes! Simples detalhes! As corrupções mesmas, essas são bem cabeludas!
●=>O operador do esquema do Lula na Petrobrás, Renato Duque, está intimado pela Controladoria Geral da União a devolver mais de R$900Milhões!
●=>A parte da corrupção só do Petrolão já recuperada pelas estruturas de combate somam R$14Bilhões. Outros R$34Bilhões estavam para ser recuperados, mas com o desmonte feito nas estruturas de combate à corrupção feitas pelo Procurador Geral Augusto Aras, estes R$34Bilhões não voltam mais.
Estes R$34Bilhões a mais previstos para serem recuperados não voltam mais nem mesmo se o Procurador Geral indicado por Lula for outro e não o desmontador geral Augusto Aras.
▪Com a recondução de Aras pelo PT só seria mais garantido, pela experiência do PT com Aras desde tempos bem passados, que o dinheirão não seria exigido e que Lula (e Bolsonaro) não seriam incomodados.