Folha de S. Paulo
Base petista é menos coesa, e presidente
tem menos espaço para atender às demandas de cada grupo
Lances políticos recentes deixaram um gosto
azedo em diferentes alas da base de Lula na
esquerda. Os
critérios do presidente para a ocupação do Supremo e o embarque do
centrão no governo desenharam fraturas no núcleo de apoio do petista.
Os episódios evidenciaram expectativas frustradas e acentuaram uma disputa por influência. Conflitos dessa natureza são comuns em grupos políticos de qualquer coloração, mas a divergência nítida de prioridades a esta altura expõe algumas particularidades deste mandato.
A irritação de apoiadores com a nomeação
de Cristiano
Zanin e com os sinais de que o presidente pode deixar de lado quesitos
de gênero e raça na próxima vaga do STF abriu uma
das rachaduras. Aqueles que advogam pela indicação
de uma mulher negra entraram em choque com aliados que defendem a
independência absoluta do petista e reclamam do que seria uma pressão indevida.
No caso da reforma ministerial, a oposição
se dá entre setores menos ou mais pragmáticos. Parte dos eleitores avalia que
Lula precisou reduzir o espaço da esquerda no governo para montar uma aliança
capaz de aprovar uma agenda social alinhada a seus princípios. Outros entendem
que o
petista já sacrificou compromissos ideológicos ao se deitar com o
centrão de Arthur Lira.
Sempre houve divergências na esquerda, mas
o quadro indica que a base social de Lula é menos coesa e tem preferências mais
diversas do que em seus primeiros governos. Além disso, o petista faz um
mandato com latitude mais estreita para atender às demandas de cada grupo.
A composição adversa do Congresso e os
efeitos de uma eleição apertada dão tração limitada ao presidente para
atropelar resistências conservadoras.
A trajetória do próprio Lula é outra dificuldade.
O petista mudou nos últimos anos, mas suas convicções estão um pouco distantes
da plataforma de muitos apoiadores. Para completar, tudo indica que ele
resolveu permitir a si mesmo uma dose extra de personalismo em seu retorno ao
poder após a prisão.
A base de Lula "é" o Centrão, a começar pelos deputados do PT e o próprio Lula. Lula, o PT e o Centrão são uma indescência só! O rela-e-rala do PT, de Lula e do Centrão não é daqueles que não atingem nem ofendem ninguém e só diz respeito aos que fazem ; o rala-e-rela deles é vergonhoso e fode com o Brasil.
ResponderExcluirÉ preciso observar as exceções no PT, sim, porque há no PT quem não participa de bacanal politico.
Mas estes deputados petistas e aliados próximos que não são indecentes engolem muito, vou dizer assim, subproduto das indecências de Lula e do PT e ficam com a boca fechada.
Os governos do PT já começam excitados com as seduções que ter o poder permitem e acabam quase todos grávidos, e o que nasce disso é um monte de vida perdida mais à frente, quando o próprio Brasil, mal ancorado, desaba pesadamente encima dos seus próprios filhos.
Sem o centrão não há governo.
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