domingo, 3 de setembro de 2023

Celso Rocha de Barros - PT tem que apoiar Haddad

Folha de S. Paulo

Bons resultados dão força a ministro, que enfrenta fogo amigo e brigas difíceis

O Brasil está crescendo mais rápido do que esperávamos. No segundo trimestre de 2023, a economia cresceu 0,9%, três vezes mais do que o mercado previa.

Com a volta de Paulo Guedes para o setor privado, era previsível que a qualidade média das previsões da Faria Lima caísse. Mesmo assim, a diferença foi grande.

Os bons resultados dão força a Fernando Haddad, que enfrentará uma série de brigas difíceis nos próximos meses.

A turma de sempre vai continuar tentando piorar a Reforma Tributária. Lembre-se: de agora em diante, sempre que você ouvir "Congresso muda Reforma Tributária de Lula para que X não precise pagar impostos", é quase certo que X não será você.

O mais provável é que você seja o Y que vai ter que pagar a parte do X para fechar a conta do governo.

O que, aliás, já é verdade no caso dos fundos exclusivos. Haddad defende que esses fundos de investimento, que só estão disponíveis para quem tem muitos milhões para investir, paguem o mesmo imposto que você paga quando aplica seu dinheiro no banco.

Você tem todo o direito de não acreditar em mim, mas juro que é verdade: pela lei atual, essa turma que poderia comprar a sua casa cem, 300 vezes, paga menos imposto que você. Já parece ruim antes de você lembrar que, nesses anos todos, o governo continuou arrecadando muito dinheiro. Quem pagou a parte que os muito ricos não pagaram?

Pois é.

Além disso, Haddad enfrenta fogo amigo. O ministro da Fazenda defende a manutenção da meta de zerar o déficit primário no ano que vem. Segundo o noticiário, outros ministros acham a meta ambiciosa demais, e defendem aceitar um déficit de 0,5%.

Zerar o déficit ajudaria muito a economia brasileira. Mas depende de uma série de vitórias adicionais no Congresso. Todas essas vitórias são possíveis, a maioria delas é provável, mas ninguém pode ter certeza de que tudo acontecerá exatamente como Haddad espera.

Os céticos não são, portanto, malucos. Mesmo assim, Haddad tem razão.

Se a meta do déficit zero for abandonada, a pressão para que o Congresso aprove as medidas de aumento de arrecadação ficará menor. As expectativas dos investidores, que talvez ajudem a explicar os bons resultados atuais, podem piorar. No mínimo, se o abandono da meta for feito com excesso de leveza, já agora, sem que fique claro que o governo tentou de todo jeito ganhar as disputas no Congresso, a credibilidade da política econômica pode ser abalada.

Além disso, deve-se tomar cuidado ao atribuir as críticas de Haddad a "esquerdismo". Petistas que desistirem rápido demais da meta de déficit zero terão que admitir que pelegaram na hora de brigar para cobrar impostos dos ricos e corrigir outras distorções altamente regressivas do gasto público brasileiro.

Lembro também que em 2016 o PT não apoiou a reforma da Previdência proposta por Dilma Rousseff, enfraquecendo-a ainda mais, por medo de se dar mal na eleição para prefeito. Não teve reforma, mas o PT se deu mal do mesmo jeito e Temer era o presidente no dia da eleição.

Se a meta tiver que ser alterada no final do ano, dá-se um jeito. Mas o PT tem que bancar Haddad o máximo que puder: ele já tem adversários suficientes na direita e está entregando resultados três vezes melhores que as expectativas.

 

3 comentários:

  1. PIB:: SE NADA ACONTECE
    POR QUE O BRASIL CRESCE?

    O Brasil pós-pandemia tem apresentado algum crescimento do PIB, tendo crescido em 2021 e mantido parte deste crescimento em 2022, que continuou agora, nestes dois primeiros trimestres de 2023.

    ▪PIB::
    =》2021===5,00%*
    =》2022===2,9%
    =》2023===3%**
    * 2021:: Medido em 4,6% e revisado agora para 5,00%.
    ** 2023:: Previsão feita pelo governo.

    Sobre esta surpresa de crescimento do PIB, as torcidas reagem::
    "Foi Bolsonaro", gritam uns ;
    "Foi Haddad", grita este jornalista, o Celso Rocha de Barros, não sei se com a intenção de informar ou de desinformar.

    ■NÃO !!!
    ■NÃO!!!
    ■NÃO!!!
    ▪》Não foi Bolsonaro !
    ▪》Não foi Haddad !

    Alguma coisa no PIB do Brasil está surpreendendo desde 2021até este início de 2023, sendo que o governo que estava no poder em 202e2022 NADA fez para que o PIB crescesse tanto:: 5% em 2021 e 2,9% em 2022, e o governo que assumiu agora também nada fez que já tenha impacto na economia e por causa disso NENHUMA queda do PIB agora seria sua culpa e, do mesmo modo, NENHUM crescimento do PIB agora é sua virtude.

    ■Então, se nada aconteceu entre 2021e2023 para haver crescimento, por que o PIB está crescendo, como vimos:: 5,00%em20221; 2,9%em2022 e 3%projetados agora para 2023?
    ▪NINGUÉM ainda sabe!
    =》Há alguma especulação de que parte do crescimento é devido a um pouco de normalização pós-pandemia , parte é devido à gastanças grandes feitas por Bolsonaro em 2021e2022 e por Lula neste início de 2023 e, a maior parte e o mais provável, é de que o crescimento surpreendente esteja sendo um efeito retardado das reformas Trabalhista e Previdenciária feitas em 2017 e de algumas privatizações.

    Se a maior parte do crescimento que está aparecendo por estes anos for mesmo efeito retardado das reformas feitas no governo Temer, o crescimento tenderá a se manter por alguns anos e, considerando a resiliência da inflação e se a nova Politica Fiscal apresentar sucesso quando estiver implantada, será preciso manter muita vigilância e bom planejamento para que a inflação não dispare, porque não tem havido boa recuperação no setor de bens de capital e o setor de serviço ainda está pressionando os preços.

    Edson Luiz Pianca.

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  2. E o jornalista Celso Rocha de Barros precisa tomar um pouco mais de cuidado quando for opinar, porque todos podemos opinar, mas não temos direito de informar com equívocos o que não sabemos e, aquilo que apenas especulamos e torcemos, nós temos que ter a obrigação de observar que se trata de torcida ou especulação.

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  3. Por uma imprensa melhor, sem torcida e sem viés.

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