sábado, 2 de setembro de 2023

Dora Kramer - O ano que já começou

Folha de S. Paulo

PT propõe aliança ampla em 2024 para conter avanço da direita na eleição de 2026

É do feitio do PT marcar posição mesmo quando contraria algum interesse imediato do governo, mas não é da natureza do partido tomar decisões que se contraponham às ideias do chefe. Tendo isso em mente é que se deve ler a resolução do Diretório Nacional aprovada nesta semana.

Foram dados variados recados em palavras que Luiz Inácio da Silva não poderia pronunciar sem se complicar com aliados e adversários. Descontadas as indiretas bem diretas a Cristiano ZaninArthur Lira, militares e ao governo da Bahia, o que sobra ao se espremer o texto é a mensagem de que 2026 já começou.

A defesa da reeleição do presidente Lula —e para isso destinou-se a resolução— marca o início da campanha pela permanência dos petistas no poder, tendo como etapa preliminar a eleição municipal de 2024.

O pleito, diz o documento, é estratégico "para consolidar uma sólida aliança popular e democrática que promova a recondução do governo Lula". Na confraria serão aceitos todos os candidatos a prefeitos e vereadores de qualquer matiz ideológico. Com uma condição: que se comprometam a apoiar o PT na corrida ao Planalto.

E por que lançar o tema desde já, se a candidatura do presidente depende de condicionantes como saúde, êxito do governo, as voltas do mundo e, sobretudo, humor do eleitorado à época?

Porque o exercício do poder é um capital precioso, e a expectativa de continuidade no poder um patrimônio tão ou mais valioso na política. É com esses dois ativos que os petistas contam para enfrentar a ofensiva da direita na construção do discurso e na conquista do comando de grandes cidades, alicerces para a disputa presidencial.

O investimento se avizinha pesado. A ideia é concentrar esforços nas capitais com o resgate do debate sobre a defesa da democracia, a fim de manter viva a chama do embate entre esquerda e direita, deixando ao centro o papel (secundário) de coadjuvante engajado.

 

4 comentários:

  1. É para "conter o avanço da direita que o PT vai fazer aliança ampla?
    ▪Continua a enganação do PT. E tem gente que faz um discursão de ultra-esquerda que afirma ser de esquerda.

    Lula, Haddad e o PT já foram ao jardim de... PAULO MALUF. E tiraram fotinha:: Lula, Maluf, e Haddad no meio.

    ■Detalhes::
    1 =>A "direita" que Lula, Haddad e o PT queriam derrotar era o PSDB, quando o PSDB ainda estava na sua versão social-democrata.
    2 =>Lula e o PT ainda não haviam mostrado a sua versão CORRUPÇÃO.

    Devo continuar a conversa-fiada PT amplia para derrotar a direita?
    !! Collor...


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  2. O objetivo destes que dominam o PT é ...
    PODER ! PODER! PODER!

    ■Sequer um projeto de govefno eles apresentam paea disputar eleições!

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  3. Eu, antes de 2012, sempre torcí para que Fernando Haddad disputasse internamente o PT. Para mim, o PT com Haddad seria uma opção socialdemocrata à que o PSDB era, porém, sem o elitismo do PSDB.

    Para que o PT mudasse, se limpasse, e abandonasse o apego a terraplanismos e aderisse às soluções tecnicas, sem politizá-las e ideologizá-las, Haddad teria que disputar o PT contra Lula. Mas Haddad preferiu mimetizar Lula em várias coisas a se diferenciar dele, muito provavelmente porque se sentiu fraco para disputar o PT contra os setores do atraso ; ou porque o real de Haddad seja este que vemos agora, cumprindo tarefa para o atraso para ser apoiado e chegar assim ao topo do poder.

    Agora, decepcionado, vi que Haddad aceita --ou prefere-- aplicar versões politicas para questões em que só pode prevalecer inteiramente a técnica, sem nenhuma contaminação política ; e o papel da política, nestes casos, seria bancar e manter as decisões técnicas, sem politizá-las.

    Ainda acho que Haddad é um quadro melhor do PT, de longe, mas tem os limites e ainda trás o PT junto.

    Desisti de Haddad!

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