O Globo
Foi um banho de água fria para quem achava
que a diplomacia poderia fazer o seu trabalho nessa guerra entre Hamas e Israel
Os Estados
Unidos vetaram a resolução apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança da
ONU para o conflito entre Israel e Hamas, em um banho de água fria
para quem achava que a diplomacia poderia fazer o seu trabalho nessa guerra.
Não é derrota do Brasil, é da diplomacia
Era uma proposta muito equilibrada, que
tentou atravessar todas as dificuldades para construir o consenso: condenava os
ataques do Hamas, pedia a liberação de reféns e propunha uma pausa humanitária,
sem falar em cessar-fogo, o que poderia incomodar os EUA.
Na visão americana, um cessar-fogo significaria não dar a Israel, que foi atacado, o direito de se defender, apesar de já haver seis mil mortos na região dos dois lados.
Os Estados Unidos, cujo presidente Joe Biden
está em Israel, ficam em uma posição muito rígida sendo o único a votar contra
uma proposta que teve 12 votos.
E a conversa de Biden com os árabes, que deveria
acontecer durante a visita do presidente americano à região, foi suspensa após
o ataque ao hospital em Gaza.
Havia uma frestinha de esperança para essa
situação, mas ela se fechou, em um momento de muito mais tensão e risco muito
maior de propagação da guerra.
Joe Biden, como presidente da maior e mais
poderosa economia do mundo, está lá negociando, mas não pode pensar só por um
lado. Os riscos são muitos e concretos. Se o Irã se envolver direta ou
indiretamente aumentariam as sanções ao país, e só isso já afetaria a economia,
já que o país é um grande produtor de petróleo.
Mas para além da economia o pior risco é de
uma guerra disseminada naquela região, que é fortemente armada.
Quanta calamidade!
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