O Estado de S. Paulo
Lula vai brincar de petróleo com o sanguinário bin Salman às vésperas da COP 28?
O presidente Lula gosta de viver
perigosamente e, em vez de usar a sabedoria da idade, reage de forma juvenil em
questões sérias e de interesse do Brasil: Israel, Argentina, EUA, déficit zero,
Petrobras e agindo com dubiedade em relação ao Supremo e até permitindo que o
governo replique o bolsonarismo no ataque a jornalistas. O resultado vem nas
pesquisas, num efeito bumerangue. O bolsonarismo está à espreita.
Vejam bem: Lula pretende se reunir com Mohammad bin Salman, ditador sanguinário da Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, justamente a caminho da COP 28, onde as mudanças climáticas e as fontes renováveis serão estrelas e o Brasil deve ser o centro das atenções. E isso vem num contexto de escorregões.
O que o Brasil, o governo e Lula ganham ao
condecorar o embaixador da Palestina com a Ordem do Rio Branco bem no meio da
guerra de Israel? E com essa birra com o presidente eleito da Argentina? Ok,
Javier Milei é grosseiro e preocupante, mas foi eleito pelos argentinos e não
cabe ao presidente do Brasil condenar e fazer birra.
Com EUA, Lula age como militante dos anos 1970, 1980, dando declarações e sinais pró Rússia e China, quando a própria China, muito mais pragmática, faz um movimento digamos, adulto, com Washington. Enfraquecer Joe Biden é fortalecer
Donald Trump, assim como guerrear com Milei é
dar palanque para Jair Bolsonaro.
Após liberar ataques contra BC, nova âncora fiscal e déficit zero em 2024 – logo, contra Fernando Haddad –, Lula bate de frente com a Petrobras e seu presidente, Jean Paul Prates. Mais uma vez, PT contra PT. E o momento é tenso com o Congresso, pelo veto à prorrogação da desoneração da folha de pagamento, e com o STF, pelo voto do líder do governo, Jaques Wagner, no projeto do Senado sobre votos monocráticos na Corte.
E o “gabinete do ódio” da era bolsonarista
continua, com outras caras? A reportagem do Estadão sobre “a dama do tráfico”
no Ministério da Justiça é correta e relevante. Se a oposição fez um uso infame
da informação, tentando, maliciosamente, crucificar o ministro Flávio
Dino e criar vínculos do PT com o tráfico,
que descarreguem a munição na oposição. Mas no jornal? Numa jornalista séria e
respeitada? Em repórteres que cumprem o seu papel?
É assim que só 9% do mercado financeiro aprova o governo, segundo a Genial/Quaest, apesar de Lula obter bons resultados na economia, patrocinar reformas estruturais que os antecessores nem tentaram, resgatar os laços do Brasil com o mundo e as prioridades sociais. “Além de ser honesta, a mulher de César precisa parecer honesta.”
Não há comparação com o governo anterior,a perfeição não existe na terra.
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