Folha de S. Paulo
Livro nega existência de livre-arbítrio e
analisa consequências para o direito e a ética
"Determined", o mais recente livro do cientista cognitivo Robert Sapolsky, é bom. Trata-se de um bem fundamentado libelo contra o livre-arbítrio, com todas as consequências que isso acarreta para o direito e a ética. Devo dizer que sou meio suspeito para comentar, já que tenho posição semelhante à dele, ainda que ele a professe com muito mais veemência e autoridade que eu.
O cerne de sua argumentação é simples.
O Universo, ou, ao menos, o mundo macroscópico em que vivemos, é
determinístico. Tudo tem uma ou mais causas. Não existem pensamentos ou
vontades que não venham de ativações de neurônios que estão sujeitas às regras
de causalidade do mundo físico. A cadeia de causalidades pode ser complexa. O
modo como cada indivíduo reage a eventos depende de fatores tão variados que
vão, do mais imediato para o mais remoto, do nível de glicose no sangue, aos
hormônios secretados naquele momento, passando pela história de vida, notadamente
os traumas, pelas predisposições genéticas e chegando às influências da
cultura em que ele vive. O acaso também entra. Os genes de cada pessoa são o
resultado de uma loteria cósmica.
Você até pode escolher entre a saladinha e a
feijoada no restaurante, mas não tem agência sobre as comidas que prefere.
Pior, a sua capacidade de resistir a impulsos é ela própria resultado da cadeia
de determinações a que estamos todos submetidos.
As implicações não são triviais. Entram em
xeque noções bem estabelecidas como a de direito retributivo. Não é que
possamos prescindir de leis e de polícia, mas, quando prendemos alguém, a
justificativa não deve ser um abstrato "fazer justiça", mas sim
proteger a sociedade de quem a ameace fisicamente e dissuadir futuros
criminosos. Indivíduos respondem a estímulos e desestímulos.
E, se isso já é difícil de engolir, ainda tem
mais. Também não somos responsáveis pelos nossos acertos. A meritocracia é um
mito.
■Essa cognição baseada em uma mistura de viés, subjetividade, biologia e humores pessoais favorece cinicamente estruturas mentais como as do lulismo e do bolsonarismo, nos entendimentos, interpretações, relativizações e escolhas viciadas que estes dois populismos delinquentes fazem.
ResponderExcluirDeve servir também para Donald Tramp, Victor Orbân, Vladimir Putin, Xi Jiping, Nicolás Maduro e seus seguidores.
■■O que eu penso que essa teoria determinista de confirmação não explica é o porque de quem usa esta forma de cognição só aceitar os erros e abusos dos seus, que assimilam a um acerto ou desculpam os erros e abusos
▪Mas quando quem comete os mesmos abusos e erros são os "inimigos", aí a cognição por viés, subjetividade, biologia e impulso pessoal muda imediatamente e o "m.i.l.i.t.a.n.t.e" aplica a cognição pelo uso da racionalidade direitinho, para dar embasamento, quando é preciso, ao entendimento do erro de quem ele quer condenar.
Concordar com esse entendimento de cognição que o Hélio Schwartzman endossa é pacífico ou alguém pode entender como uma justificação para o cinismo?
■São estas teorias de cognição autorizando cinismo que levam um bolsonarista a condenar, com toda razão, a corrupção de Lula e, ao mesmo tempo, aceitar as "rachadinnhas" de Bolsonaro por ele considerar as "rachadinhas" pequenas quando comparadas aos $Bilhões roubados por Lula e quadrilha.
Excluir■■A mente do lulista, por sua parte, se nega a ver os $Bilhões de corrupção de Lula, mesmo que os comparsas que confessaram a corrupção tenham devolvido $Bilhões ; já alguns milhõezinhos das rachadinhas de Bolsonaro, para um lulista estes milhões viram uma montanha de dinheiro.
Mas quando é com um dele, ele inverte a cognição e considera alguns milhares de mortos por Deng aceitável e desculpam Lula por não comprar vacina, sendo que o mesmo erro o lulista não desculparia nunca quando cometido por Bolsonaro.
■Teorias cognitivas assim e os que aderem a elas são ou não para o uso do cinismo?
Mas é sempre um artifício torpe e podre, porque muita gente é roubada, sofre, é feita de otário e até morre, enquanto o esperto se beneficia.
O ser humano planta numa encarnação e colhe na outra,simples assim,temos livre arbítrio apenas para semear,para colher,jamais!
ResponderExcluirSim,eu sou espírita,adoro o espiritismo.
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