Folha de S. Paulo
Não é tão difícil assim condenar terror do
Hamas e resposta de Israel
Vamos lá, pessoal, não é tão difícil assim.
Dá para condenar os brutais ataques terroristas do Hamas e,
ao mesmo tempo, criticar a resposta israelense, que vem causando um morticínio
entre palestinos. Os planos morais em que atuam um e outro não são
idênticos, mas, para quem morre no processo, o resultado é rigorosamente o
mesmo.
Por mais justa que seja a sua causa, ela não lhe dá o direito de entrar no território inimigo e assassinar civis desarmados, incluindo crianças, a sangue-frio. A violação moral do Hamas no 7 de outubro é incontestável, quer você abrace éticas deontológicas, da virtude ou consequencialistas. Se o ataque tivesse tido como alvo apenas militares e colonos armados, ele ainda poderia ser descrito como ato de resistência. Não foi o caso.
A ação do Hamas deu a Israel o
"ius ad bellum", o direito de ir à guerra, e eventualmente matar,
para recuperar os reféns e neutralizar o poderio do grupo terrorista. Mas Tel
Aviv ainda tem a obrigação de agir em conformidade com o "ius in
bello", as leis de guerra definidas pelas convenções de
Genebra, notadamente as proteções à população civil. E nem com muito
boa vontade dá para dizer que Israel esteja se empenhando ao máximo em evitar
as mortes de civis.
É verdade que o fato de o Hamas
deliberadamente esconder seus QGs e armamento em túneis sob hospitais e escolas
torna essa tarefa bem mais complexa, mas, se Israel quer manter superioridade
moral sobre seu adversário, precisa encontrar uma forma de conciliar esses
objetivos contraditórios.
Há uma pegadinha aí. Pelo menos nas visões
mais cínicas, age-se moralmente por uma questão de reputação. Se Israel se
convencer de que sofrerá condenação da opinião pública mundial
independentemente do que faça —tivemos uma prévia disso no caso do
hospital Al-Ahli Arab, em Gaza—,
poderá concluir que é inútil tentar agir moralmente. Aí o que já é feio ficaria
muito pior.
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Este texto faz uma perfeita análise da situação. O direito de defesa de Israel NUNCA foi exercido proporcionalmente aos danos que sofre. Os militares israelenses em geral matam DEZ VEZES MAIS civis palestinos que os civis israelenses mortos em ataques palestinos. Nas 2 próximas semanas, isto novamente vai se completar, quando Israel terá matado 15 mil palestinos justificando sua vingança pelos 1400 israelenses assassinados pelo Hamas em 7/11.
ResponderExcluirJesus!
ResponderExcluirMatar uma pessoa já está errado,e vale para os dois lados.
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