Folha de S. Paulo
Quase um terço do país diz que governo é
regular, e só 9% acham que a economia vai bem
Se a eleição de 2022 abriu uma
cratera no cenário político, o primeiro ano de Lula no poder
não produziu abalo capaz de mudar a paisagem. Entre os eleitores do petista, só
3% classificam o governo como ruim ou péssimo. No grupo que votou em Jair
Bolsonaro, apenas 8% avaliam a gestão atual como ótima ou boa.
Grande parte do eleitorado se manteve fiel ao voto do ano passado. Esse apego ofereceu a Lula o conforto de uma base leal, mas também impôs um teto de popularidade em segmentos que optaram por permanecer filiados à oposição.
Números da última pesquisa do Datafolha mostram
que, no meio do caminho, há um contingente que ainda pode cair para qualquer
lado a depender do desempenho do petista. Além
dos 38% de avaliação positiva e dos 30% de avaliação negativa, outros
30% classificam a administração de Lula como regular.
Esse grupo costuma ser o alvo de presidentes
interessados em bombar sua popularidade (todos, talvez
com a exceção do irrecuperável Michel Temer). São eleitores que têm suas
preferências políticas, mas são capazes de aderir a um governo dependendo de
seu desempenho.
Nesse terço do país que enxerga o primeiro
ano da gestão petista como regular, há mais brasileiros jovens e mais pobres do
que ricos. Também há quase tantos eleitores de Lula quanto de Bolsonaro —o que
sugere que o grupo é importante para a manutenção do apoio dado nas urnas e
para a difícil missão de atrair votos do campo rival.
São eleitores que, a esta altura, se mostram
mais desconfiados ou indecisos na hora de dizer o que vai bem e o que vai mal
no país. Para quase todas as áreas, o índice de avaliação regular sobre o
desempenho de Lula fica acima da média nacional.
A chave para a conversão ou a deserção desse
eleitor é a economia. No grupo, só 9% têm uma avaliação positiva da área, bem
abaixo da média geral dos entrevistados (24%). A maior parte está em cima do
muro: 51% afirmam que o desempenho do governo na economia é regular
Sem esquecer que o "terço" que avalia positivamente o governo Lula é maior (38%) que os "terços" que o avaliam negativamente (30%) ou como regular (30%).
ResponderExcluirEstamos acordando de um pesadelo.
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