Correio Braziliense
A próxima reunião do Mercosul começa nesta
quarta-feira, no Rio de Janeiro, sob a presidência do Brasil, que tem o apoio
da Alemanha, mas a oposição da França ao acordo de livre-comércio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
encerra seu primeiro ano de diplomacia presidencial com um protagonismo
internacional que recoloca o Brasil na geopolítica mundial, depois dos quatro
anos de isolamento do governo Bolsonaro, porém, seu objetivo mais importante e
imediato, em termos econômicos, subiu no telhado: o acordo Mercosul-União
Europeia. Ambiguidades de seu comportamento e contingências externas frustram a
assinatura do acordo.
Lula investiu muito na política externa.
Embora não tenha o mesmo prestígio de 20 anos atrás, quando sucedeu a Fernando
Henrique Cardoso como uma grande novidade, ao retomar a nossa tradição
diplomática independente, beneficia-se do forte contraste com o desastroso
alinhamento de Bolsonaro, um "pária" internacional, aos regimes
"iliberais" e líderes de extrema direita mundo afora.
Num primeiro momento, Lula buscou protagonismo como campeão da paz, ao se propor a negociar um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, mas esbarrou na própria ambiguidade em relação à invasão russa e no posicionamento dos Estados Unidos e da União Europeia, que transformaram o conflito numa "guerra por procuração" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra o presidente russo, Vladimir Putin.
Entretanto, as negociações do Mercosul com a
União Europeia, que já duram 23 anos, avançaram bastante. Também avançaram as
iniciativas para reposicionar o Brasil na questão ambiental, na qual somos
protagonistas por vocação, em razão da Amazônia e do potencial de produção de
energia renovável: hidrelétrica, solar, eólica e combustível verde
(hidrogênio).
A COP28, em Dubai, seria a grande
oportunidade de assumir essa liderança, mas a entrada do Brasil como observador
na Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) criou um ponto de
interrogação entre as intenções anunciadas por Lula e essa atitude em relação
aos combustíveis fósseis. A decisão de aderir como observador ao cartel das
petroleiras levou água para o moinho dos países europeus que dificultam o
acordo com o Mercosul, em razão da questão ambiental.
Apoio alemão
Nesta segunda-feira, em Berlim, o presidente
Lula disse que não pretende desistir da conclusão do acordo Mercosul-União
Europeia, apesar da mudança de governo na Argentina, cujo novo presidente,
Javier Milei, fez campanha contra o acordo, e das duras críticas do presidente
da França, Emmanuel Macron, aos termos da proposta. Lula acusou o golpe:
"Depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo, é porque eu penso
que nós estamos sendo irrazoáveis", disse, ao lado do chanceler da
Alemanha, Olaf Scholz.
A próxima reunião do Mercosul será nesta
quarta e quinta-feiras, no Rio de Janeiro, sob a presidência do Brasil.
Lula volta da Alemanha com o apoio de Scholz à conclusão do acordo, o que não é
nada desprezível, mas insuficiente. O primeiro-ministro alemão está
"convencido de que será possível obter uma maioria nos dois órgãos, tanto
no Conselho Europeu quanto no Parlamento Europeu".
O Itamaraty ainda tem esperança de que o novo
governo da Argentina, de Javier Milei, se mantenha no acordo e aproveite a
oportunidade para barganhar seus interesses, um bom motivo para não encerrar as
negociações. Caso "los hermanos" permaneçam em campo, o problema
maior continuará sendo a França.
No sábado, em Dubai, Macron anunciou com
todas as letras que é contrário ao acordo nas suas bases atuais, cujo eixo é a
isenção ou redução de impostos de importação de bens e serviços dos dois
blocos. A oposição da França inviabiliza o acordo, ao menos temporariamente.
Apesar de assinado em 2019, durante o governo
Bolsonaro, a União Europeia resolveu fazer novas exigências, entre elas,
condicionar as relações comerciais à questão ambiental. "O acordo não leva
em conta a biodiversidade e o clima, é um acordo de desmantelamento de tarifas
à antiga', disse Macron. Citou como exemplos de acordos modernos os da União
Europeia com a Nova Zelândia e o Chile.
Macron alega que é difícil explicar o acordo
para um agricultor, um produtor de aço ou de cimento. Sua exigência é incluir
um capítulo específico sobre questões trabalhistas, de igualdade de gênero,
ambientais e climáticas, e a possibilidade de acionar um mecanismo de solução
de controvérsias em caso de violação dos compromissos. No fundo, quer menos
livre-comércio e mais protecionismo.
Que artigo HORROROSO !
ResponderExcluirEste artigo esconde o real sobre os temas que trata.
O autor do artigo é conhecido pela ótima qualidade do texto e da capacidade de explicar tudo com muita facilidade. Lendo este texto, vê-se que o autor só explica com clareza o que quer e quando quer.
Neste artigo, o autor mostrou que quando quer também faz textos para servir de justificação a erros de quem ele quer preservar, e neste texto ele quer preservar Lula. Para preservar Lula o autor esconde o que Lula realmente tem feito nestas caras, demoradas, repetidas e contraprudutivas viagens ao exterior.
Na agressão da Rússia e de seu amiguinho Putin contra a determinação da Ucrânia de exercer sua soberania, Lula alinhou e mantém alinhada a posição do Brasil aos interesses das ditaduras da China e Rússia contra a Ucrânia.
Com Putin condenado pelo TPI, Lula chegou a falar que o receberia aqui.
A dor na Ucrânia e o abuso de Putin contra as democracias é tão grande que tudo o que Lula viesse a fazer não mais corrigirria o mal que o seu alinhamento às ditaduras contra a Ucrânia e às democracias fez e está fazendo.
Lula chegou a culpar a Ucrânia por estar sofrendo os abusos! E para afirmar isso Lula fez questão de ofender os Estados Unidos e a Europa pela ajuda com algumas armas para a Ucrânia se defender. Lula fez isso mais abusadamente na China, prostrado aos pés do ditador Xi Jiping, no seu 1° mês neste mandato.
Lula chegou a pedir que não fossem dadas armas à Ucrânia!
E Lula chegou a dizer que "quando um não quer, dois não brigam", como se a Ucrânia, que nada fez à ditadura da Rússia a não ser querer distância, pudesse renunciar a se defender do abuso de Putin.
Este padrão pró-ditaduras e pró- terroristas de Lula se repetiram no conflito Israel-Palestina e agora, nas ameaças da Venezuela à Guiana.
Lula, para não condenar a Venezuela nas ameaças à Guiana, faz três dias chegou a pedir "bom senso aos dois", e assim está culpando a Guiana por ser agredida, como culpou a Ucrânia e tentou desgastar Israel para proteger os terroristas do Hamas e não ponderou sobre as coisas ali que Israel, pelo medo dos terroristas, realmente tem culpa e precisa ser estimulada e obrigada a corrigir.
O que Macron falou para Lula agora foi muito claro em relação ao esperado acordo União Européia-Merconsul:: Macron, por pressão dos franceses, tem obrigado os fazendeiros e industriais da França a empregarem um padrão ambiental mais rigoroso. Fica impossível para o governo da França exigir de seus agricultores e indústrias maior responsabilidade ambiental e ao mesmo tempo aceitar reduzir taxação comercial sobre produtos agrícolas e industriais de outros países que para favorecer seus latifundiários e industriais predatórios nacionais não se compromete com o meio ambiente e não exige o mesmo padrão.
A grande imprensa acabou descobrindo que Lula foi pressionado por sindicalistas brasileiros articulados com nossos predadores e que foi isso, e não pelas posições de Macron e de Milei, que a assinatura do acordo UE-Merconsul está sendo empurrado para o impasse.
Lula, mais uma vez, está sendo desonesto e colocando a culpa nos outros.
E, aqui para nós, um acordo que foi desenhado há 23 anos precisa ser atualizado, ao contrário de ser mais regredido. Dada a emergência ambiental, os eleitores franceses e Macron estão certos.
Exatamente.
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