quinta-feira, 21 de setembro de 2023

"Declaração Conjunta Brasil-EUA sobre a Parceria pelo Direito dos Trabalhadores

"Nossos governos afirmam o compromisso mútuo com os direitos dos trabalhadores e a promoção do trabalho digno. 

"Os trabalhadores construíram os nossos países – desde as nossas infraestruturas mais básicas e serviços críticos, à educação dos nossos jovens, ao cuidado dos nossos idosos, até nossas tecnologias mais avançadas. 

"Os trabalhadores e os seus sindicatos lutaram pela proteção no local de trabalho, pela justiça na economia e pela democracia nas nossas sociedades – eles estão no centro das economias dinâmicas e do mundo saudável e sustentável que procuramos construir para os nossos filhos. 

"Face aos complexos desafios globais, desde as alterações climáticas ao aumento dos níveis de pobreza e à desigualdade econômica, devemos colocar os trabalhadores no centro das nossas soluções políticas. Devemos apoiar os trabalhadores e capacitá-los para impulsionar a inovação que necessitamos urgentemente para garantir o nosso futuro. 

"Hoje, os Estados Unidos e o Brasil anunciam o lançamento da nossa iniciativa global conjunta para elevar o papel central e crítico que os trabalhadores desempenham num mundo sustentável, democrático, equitativo e pacífico. Já compartilhamos a compreensão e o compromisso de abordar questões críticas de desigualdade econômica, salvaguardar os direitos dos trabalhadores, abordar a discriminação em todas as suas formas e garantir uma transição justa para energias limpas. 

Merval Pereira - Volta por cima

O Globo 

A atuação do presidente Lula na ONU deu uma equilibrada no que caminhava para ser uma união antiocidental na nossa política externa


Não há dúvida de que o Brasil voltou ao cenário internacional, e no papel de protagonista. Não apenas porque a questão climática nos dá vantagens competitivas formidáveis que estamos sabendo usar, mas também pela importância geopolítica reconhecida pelos Estados Unidos, refletida no acordo firmado entre os dois países sobre a proteção do trabalhador neste mundo cada vez mais digitalizado. 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é considerado da esquerda do Partido Democrata, visto como de esquerda pelos americanos. Ainda mais se comparado a seu mais direto adversário, o ex-presidente Donald Trump. A luta contra o uso dos novos meios digitais numa guerra política suja une Biden e Lula, que tem a contrafação de Trump no adversário político mais perigoso, o ex-presidente Bolsonaro. 

Míriam Leitão - Corte dos juros e as reduções futuras

O Globo 

A expectativa era que o BC poderia acelerar a queda da Selic no final do ano, mas o Copom algumas sombras no horizonte da inflação

 

Não havia dúvidas de que o Banco Central iria reduzir os juros em meio ponto percentual, levando a Selic para 12,75%. Havia dúvidas sobre as próximas reuniões. Alguns bancos previam uma queda mais forte, de 0,75 ponto percentual, numa das duas reuniões restantes do ano. Essa dúvida acabou ontem quando o Copom, no seu comunicado, avisou que continuará diminuindo as taxas “no mesmo ritmo”. A inflação deste ano está ligeiramente acima da meta, as projeções indicam que a do ano que vem ficará na meta, a atividade econômica deve desacelerar nos próximos trimestres. Portanto, há espaço para uma queda maior nas próximas reuniões, mas o comunicado fechou essa porta. 

Segundo o Banco Central, fatores de risco de alta para o cenário inflacionário são a “maior persistência das pressões inflacionárias globais” por um lado e uma maior “resiliência” da inflação de serviços do outro. Curioso é que apesar dos serviços terem mantido o crescimento nos últimos meses, o IPCA de agosto registrou que a inflação do setor foi de meros 0,08%. Do que tem medo o Banco Central? 

Malu Gaspar - O metaverso de Aras

O Globo   

Augusto Aras, que encerra na próxima terça-feira seu segundo mandato na Procuradoria-Geral da República (PGR), mandou fazer uma série de vídeos e publicações de “prestação de contas” em que ele mesmo, assessores e algumas figuras um tanto aleatórias, como o ex-presidente José Sarney e Aldo Rebelo, falam em diálogo, eficiência, unidade e numa certa “arte do encontro institucional”. Entre os documentos, há até um relatório sobre “como o MPF se reinventou na pandemia de Covid-19”. 

Na conta de Aras no ex-Twitter, a autopropaganda feita com os recursos públicos divide espaço com links para artigos que elogiam o PGR, além de posts atacando a imprensa, para ele contumaz divulgadora de fake news. Quem visita a timeline ora vê Aras se queixando de ter sido acusado de “destruir a Lava-Jato”, ora divulgando orgulhosamente um texto afirmando que ele “desestruturou as bases do lava-jatismo”. 

Luiz Carlos Azedo - “Uberizados” de todo o mundo, uni-vos, propõem Lula e Biden

Correio Braziliense 

Ambos defendem o fortalecimento de sindicatos e a elaboração de regras para disciplinar a relação de trabalhadores com plataformas digitais 


Com outras palavras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quarta-feira, exumaram Karl Marx e Frederich Engels no Manifesto Comunista de 1848, ao lançarem o documento Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras, no qual defendem o fortalecimento de sindicatos e a elaboração de regras para disciplinar a relação de trabalhadores com plataformas digitais. Com toda certeza, serão chamados de comunistas pela extrema direita norte-americana e brasileira. 

A comparação é equivocada, os dois revolucionários do século XIX faziam uma clara distinção, por exemplo, entre os comunistas e os cartistas da Inglaterra e os reformadores agrários na América do Norte, embora os apoiassem. À época, os comunistas não protagonizavam as ideias socialistas, os movimentos democráticos e as lutas trabalhistas. Exerciam menos influência do que outras correntes que lutavam contra o absolutismo e a brutal exploração dos trabalhadores na primeira Revolução Industrial, como anarquistas, ludistas, carlistas e toda sorte de socialistas. 

Parceria com Biden por trabalhador vai a fóruns globais, promete Lula

Por Fabio Murakawa e Marta Watanabe / Valor Econômico 

Proposta tem cinco objetivos, e americano defende que lucros das empresas se traduzam em salários mais altos 

O presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assinaram ontem, em Nova York, uma parceria conjunta para melhorar as condições de trabalho nos respectivos países. A iniciativa, segundo Lula, será levada aos fóruns internacionais nos quais irá participar. 

Após a assinatura da “Iniciativa Global Lula-Biden para o Avanço dos Direitos Trabalhistas na Economia do Século XXI”, o americano defendeu que os pobres tenham oportunidade de subir na vida e que os lucros das empresas se traduzam em salários mais altos. 

“Nós precisamos empoderar os trabalhadores. Disso se trata essa parceria”, disse, completando que a ideia foi de Lula. 

Maria Cristina Fernandes - Um PGR para reequilibrar o Supremo

Valor Econômico 

A pergunta que se faz é se o futuro PGR atuará para que a Corte se reequilibre ou será sua linha auxiliar 


Com o retorno antecipado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta quinta, crescem as expectativas de que o novo procurador-geral da República saia esta semana. 

Ao contrário da vaga da ministra Rosa Weber, que se aposenta no dia 28 do Supremo Tribunal Federal, a demora em substituir Augusto Aras, cujo mandato termina dois dias antes, tem consequências objetivas e indesejáveis. Acarretaria na itinerância da vice-presidente do Conselho do Ministério Público Federal, Elizeta Ramos, com poder de nomeação e distribuição de processos.

Assis Moreira - No FMI, de novo uma velha batalha

Valor Econômico 

Brasil correria risco de perder poder de voto no Fundo se usada a atual fórmula para calcular quotas 

Em seu discurso nas Nações Unidas, na terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou que “as bases de uma nova governança econômica não foram lançadas”. Insistiu que, “quando as instituições reproduzem as desigualdades, elas fazem parte do problema, e não da solução”. E reclamou que “a representação desigual e distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é inaceitável”. 

A próxima batalha na governança é justamente a revisão das quotas do Fundo Monetário Internacional, para garantir recursos para a instituição manter seu papel na estabilidade do sistema monetário internacional. 

William Waack - Gesto de conveniência

O Estado de S. Paulo 

Lula e Zelenski estão longe de realizar as respectivas ideias de paz 


Não é segredo algum que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve sérias dificuldades para engolir um personagem como o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski. A questão não é só de diferença de gerações (o que parece ser o caso em relação ao jovem presidente de esquerda do Chile). 

Tem a ver com os papéis que cada ator relevante representa na constelação internacional. Lula parece considerar Zelenski uma figura secundária, uma “criação” dos desígnios americanos e ocidentais. E Vladimir Putin o homem capaz de peitar os Estados Unidos, que Lula designa como artífice e líder de uma ordem internacional injusta com o Brasil.