Folha de S. Paulo
É preciso que o presidente leve o tema da
segurança para dentro do Palácio do Planalto
O ano acabou de começar e já é longa a lista
de tarefas para governo, oposição, justiça e sociedade. Começando por nós, o
público, cuja missão primordial será a de cobrar dos candidatos e de todos os
envolvidos na eleição municipal, mais atenção à vida nas cidades e menos aposta
na briga de torcidas políticas.
Há muito a cuidar e não só naquilo que diz respeito direto a prefeitos e vereadores, que são a base da escolha seguinte, em 2026, de governadores e presidente da República. Por ora, a economia vai razoavelmente bem administrada, mas a insegurança, a violência, a criminalidade estão descontroladas.
Embora seja essa uma das maiores preocupações
apontadas pela população nas pesquisas, o poder central dedica a ela atenção
pontual e paliativa. Não por acaso 50% dos consultados avaliam o primeiro ano
de Lula 3 como ruim ou péssimo na área. Some-se o índice de 29% de avaliação
regular e temos praticamente 80% das pessoas insatisfeitas.
A alegação formal para não levar o problema
"para dentro do Planalto" é a responsabilidade constitucional dos
estados. Sim, mas e o dever também constitucional do Estado de garantir o
bem-estar e assegurar o direito de ir e vir?
Sem liderança, coordenação, recursos e
empenho do governo federal o monstro da insegurança não vai parar de crescer
como cresceram à vista de todos os territórios dominados pelo narcotráfico e
pela milícia no Rio de Janeiro e as facções criminosas nos presídios do Brasil
inteiro.
Ao contrário do que sugerem os
"espertos" da política, conselheiros da distância prudente, é
imprescindível que um presidente leve a questão da segurança pública para dentro do Palácio do
Planalto.
Até agora nenhum deles o fez. O governante
que se mostrar à altura desse urgente desafio prestará ao país serviço
semelhante ao do combate à inflação nos anos 1990 e terá, em benefício da
própria biografia, construído um bom legado.
Sim,mas como?
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