O Globo
Áudio
de Mauro Cid revelou participação de donos de marcas conhecidas em conspiração
contra a democracia
Em gravação encontrada pela Polícia
Federal, o tenente-coronel Mauro Cid afirma que empresários encorajaram Jair
Bolsonaro a “virar o jogo” depois da derrota nas urnas.
A mensagem trata de uma reunião em
novembro de 2022, quando Lula já havia vencido a eleição presidencial.
Bolsonaro seguia encastelado no Alvorada, conspirando para dar um golpe e
continuar no poder.
Cid cita os donos de três marcas
famosas: Luciano Hang, da Havan; Meyer Nigri, da Tecnisa; e Afrânio Barreira,
do Coco Bambu. O militar também menciona “aquele cara da Centauro” — para a PF,
uma provável referência a Sebastião Bomfim.
Em notas à imprensa, os quatro contestaram o relato e negaram ter participado da trama golpista. Agora a polícia terá que descobrir quem está mentindo.
Bolsonaro vende a fábula de que chegou
ao poder sem ajuda do sistema, graças à genialidade do filho e às redes
sociais. No mundo real, foi o candidato ungido pelo poder econômico para
derrotar o PT em 2018.
Antes da campanha, o capitão já era
conhecido pelo extremismo. Exaltava a ditadura, defendia a tortura e pregava o
fuzilamento de adversários políticos. Nada disso impediu que os donos do PIB
aderissem a seu projeto.
Em 2022, parte do empresariado resolveu
se descolar do presidente que atacava as instituições e ameaçava desrespeitar o
resultado das urnas. Bolsonaristas de carteirinha, Hang, Nigri, Bomfim e
Barreira ficaram a seu lado até o fim.
O quarteto não estava só. Ex-presidente
da Fiesp e eterno candidato ao governo paulista, Paulo Skaf prometeu “não
faltar” ao aliado. “Ele pode falar o que não deve, mas ele faz o que deve ser
feito”, disse, dias antes do segundo turno. A frase é um lembrete de que o
encantamento com Bolsonaro não se deveu a seus olhos azuis.
O capitão sempre viveu às custas do
poder público, mas se embrulhou na bandeira do fundamentalismo de mercado. “É
horrível ser patrão no Brasil”, declarou.
Eleito, empenhou-se no desmonte do
Estado e da legislação trabalhista e ambiental. Seu governo defendeu um
capitalismo selvagem, em que tudo seria permitido em nome do lucro: do garimpo
em terras indígenas ao trabalho infantil, que voltou a crescer após anos de
queda.
“Tive uma reunião face to face com Bolsonaro e vi um cara com posições
fantásticas”, derramou-se o dono da Centauro, ao declarar seu voto em 2018. O
empresário dizia ter “confiança cega” em Paulo Guedes, liberal de estimação do
capitão.
Tempos depois, o ministro da Economia
participaria da reunião em que que Bolsonaro falou abertamente num golpe para
melar a eleição. Permaneceu em silêncio, mexendo despreocupadamente com seus
papéis.
A folia de Lira
Arthur Lira usou avião da FAB para pular o carnaval no Rio e em Salvador. Na Sapucaí, posou alegremente com o bicheiro Aniz Abrahão David, o Anísio. A presença do chefão da Câmara não deu sorte à Beija-Flor. A escola recebeu R$ 8 milhões da Prefeitura de Maceió, mas amargou o oitavo lugar.
Texto excepcional! Bolsonaro sempre foi apoiado por empresários pouco democratas ou claramente golpistas. Cúmplices de seus crimes existem em quase todos os setores, inclusive entre grandes empresários, como os citados!
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ResponderExcluirNem um pio do companheiro Bernardo Melo Franco sobre a morte do Mártir Navalny.
Os novos ricos que os quatrocentões desprezam.
ResponderExcluirBolsonaro, e todos aqueles que o acompanham, valem menos que nada.
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