O Globo
No auge da força-tarefa, sociólogo remou
contra a maré e expôs seu projeto de poder
Morreu na quarta-feira o sociólogo Luiz
Werneck Vianna. Estudioso do Judiciário, foi um dos primeiros críticos dos
métodos da Lava-Jato. Quando a operação surfava o auge da popularidade, teve
coragem de remar contra a maré.
Em 2016, o professor alertou que a
força-tarefa usava a bandeira do combate à corrupção para promover a negação da
política. Ele já enxergava um projeto de poder por trás da rotina de ações
espetaculosas e vazamentos seletivos.
“Há uma inteligência organizando essa
balbúrdia. Essa balbúrdia é provocada e manipulada com perícia”, afirmou, em
entrevista a Wilson Tosta no jornal O Estado de S. Paulo.
Werneck decifrou o espírito da Lava-Jato. Identificou em seus próceres os herdeiros dos militares que lideraram o movimento tenentista, na década de 1920. “Só que os tenentes tinham um programa econômico e social para o país. E esses tenentes de toga não têm. São portadores apenas de uma reforma moral”, diferenciou.
Na visão do sociólogo, a demonização da
política ajudou Justiça e Ministério Público a manterem privilégios, como o
pagamento de salários acima do teto. “Essas corporações tomaram conta do país”,
afirmou. “Quando são atacadas, se defendem dizendo que na verdade quem está
sendo atingindo é o interesse público. Conseguiram armar esse sistema que as
tem protegido de críticas”.
A blindagem funcionaria até a revelação das
conversas que evidenciaram a parcialidade de Sergio Moro e dos procuradores que
se comportavam como seus subordinados.
Em 2021, quando o Supremo anulou as
condenações de Lula, Tosta voltou a procurar o professor. Ele informou que a
Lava-Jato estava “acabada” e não podia culpar ninguém por sua “morte morrida”.
“Desde o começo, foi um erro monumental, em que juízes e procuradores jovens,
eu diria provincianos, assumiram o papel de salvadores do país”, disse.
Na avaliação de Werneck, os protagonistas da
força-tarefa “passaram da conta” ao escolher alvos e se investir de um papel
messiânico. “Eles foram levados à desgraça pelo sucesso”, resumiu. O sociólogo
também criticou a atuação de setores da imprensa: “Não existiria República de
Curitiba sem a mídia”.
Na época da segunda entrevista, Moro havia
deixado o governo de Jair Bolsonaro e se insinuava como candidato ao Planalto.
Para Werneck, já estava claro que daria com os burros n’água. “Moro sai desse
processo inteiramente desqualificado como juiz. Ele foi parcial”, afirmou.
Convidado a fazer um balanço da operação, o
professor sustentou que era preciso combater a corrupção de outra forma, “não
de uma forma que comprometa todo o tecido político”. “Desqualificou-se a
política, os partidos, e ficamos em um deserto. O legado da Lava-Jato é a
desertificação da política”, constatou.
“O saldo primeiro, para mim, é o de que não se deve combinar ação política com ação judiciária. São duas dimensões. A política é uma coisa, a Justiça é outra. Houve essa combinação esdrúxula, e deu no que deu”.
Moro sempre foi um desqualificado: juiz PARCIAL e politiqueiro; ministro submisso; político ridículo e pretencioso, que será CASSADO por seus CRIMES ELEITORAIS.
ResponderExcluirBERNARDO MELLO FRANCO HONRA COM CLASSE A MEMÓRIA DE LUIZ WERNECK VIANNA!
ResponderExcluirDEUS T'OUÇA, DANIEL.
Ele e Reinaldo Azevedo.
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