O Estado de S. Paulo
Se o governo petista seguir a via de expulsão do embaixador de Israel e de rompimento diplomático, o suicídio político estará consumado
Para além da indignidade moral do presidente
Lula, abraçando teses antissemitas, revela-se uma monumental burrice político-eleitoral.
Ganha ele a reprovação de ampla maioria da população brasileira, assim como
consegue alienar-se do eleitorado evangélico que nele não se reconhece.
Do ponto de vista moral, sua conduta foi abominável ao equipar a autodefesa de Israel aos crimes de genocídio cometidos por Adolf Hitler. Israel foi agredido, atacado, por uma organização terrorista que, em poucas horas, conseguiu assassinar 1.200 pessoas em kibutzim e numa festa rave, para além dos sequestrados em seu poder, hoje mantidos em situações terríveis. Ao responder, visou ao Hamas, e não à população palestina, utilizada pelos terroristas como escudo humano. Numa guerra urbana e, mais especificamente, subterrânea, é muito difícil discernir um civil de um combatente. Que o digam os russos na Chechênia e os americanos em Mossul e Faluja. É certamente lamentável, mas fruto deste tipo de guerra.
Pior ainda, o presidente Lula não economizou
em suas impropriedades. Declarou que lá ocorre uma luta entre um dos melhores
exércitos do mundo contra mulheres e crianças indefesas. O Hamas sumiu! Foi
volatizado pela verborragia presidencial. Ademais, atua como porta-voz dessa
organização terrorista, ao omitir na contabilidade de mortes os terroristas. Só
civis morreram? É de um absurdo inigualável! Não contente, a primeira-dama saiu
em sua defesa, dizendo que falava em nome das mulheres! Quais?
Não certamente das judias e não judias que
foram violentadas, torturadas e assassinadas pelos “combatentes da
resistência”, estes heróis da esquerda, no dia 7 de outubro do ano passado.
Israel acaba de enviar um relatório a respeito à ONU, apesar do inegável viés
antissemita dessa entidade, colaborando com o Hamas por intermédio da UNRWA.
Uma menina de 13 anos foi violentada e sofreu aborto em Israel. Em uma outra,
foram encontrados 67 tipos de esperma. Outras foram violentadas à mira de
revolver na frente de seus familiares e, posteriormente, mutiladas genitalmente
e assassinadas. Será que o governo petista não tem nada a dizer?
Um importante senador petista, Jaques Wagner,
assinalando o “erro” do presidente, como se fosse um mero “acidente”, chegou a
declarar, não obstante, que ele é um “humanista”. Para que essa fala faça algum
sentido, caberia ao presidente retratar-se de suas declarações. Se não o fizer,
afirmar-se-á simplesmente como um humanista de araque.
Do ponto de vista político-eleitoral, seu
erro de cálculo é crasso. Talvez ele não o saiba, mas os evangélicos, sobretudo
pentecostais e neopentecostais, têm uma afeição profunda por Israel. Desde
crianças, na Escola Bíblica Dominical, eles aprendem que o povo de Israel é a
nação santa, isto é, o povo escolhido por Deus para Ele mesmo mostrar o seu
poder e amor. Deus prometeu a Abraão que o Seu povo seria numeroso e abençoado
e, por meio dele, todos os povos do mundo seriam igualmente abençoados. Isso
porque Deus decidiu que o seu Filho Jesus Cristo nasceria do povo de Israel.
Dentre outros versículos bíblicos, citemos
dois:
“Israel é como um leão poderoso: quando está
dormindo, ninguém tem coragem de acordá-lo. Quem abençoar o povo de Israel será
abençoado; e quem o amaldiçoar será amaldiçoado” (Números 24:9).
“Orai pela paz de Jerusalém! Prosperarão
aqueles que te amam” (Salmos 122:6).
Trata-se, ressalte-se, de um artigo de fé,
que não admite, portanto, qualquer contestação. E Lula está se colocando entre
os que não prosperarão! Aos olhos evangélicos, seria algo imperdoável, salvo se
for capaz de uma reparação, sem o viés ideológico dos “mas”, “entretanto” e
“todavia”.
O Brasil tem hoje em torno de 70 milhões de
evangélicos, configurando aproximadamente 30% da população. Vale comprar briga
com esse eleitorado, que costuma votar unido principalmente em questões de
princípio e fé? A população que se declara evangélica deve ultrapassar pela
primeira vez a católica a partir de 2032. Pode o PT prescindir desse
eleitorado? Se o fizer, é o caminho mais curto para a derrota. Estaria, segundo
eles, de mãos dadas com a maldade!
Assinale-se, ainda, que o Hamas é contra a
existência do Estado de Israel, logo, não aceitando a existência de dois
Estados, como é corretamente a orientação brasileira. Prega, isto sim, o
genocídio dos judeus desde a sua carta fundacional. Se o presidente continuar a
apoiar-se em seu círculo mais íntimo – principalmente em seu assessor de
Relações Internacionais, Celso Amorim, papagaio de pirata do ditador Maduro e
admirador do Hamas –, o caminho estará escancarado para a vitória de qualquer
forma de oposição em 2026, para não falar dos prejuízos políticos nas eleições
municipais deste ano.
Espera-se que o governo petista não siga a
via de expulsão do embaixador de Israel, Daniel Zonshine, e de rompimento
diplomático, pois, se o fizer, o suicídio político estará consumado. Seria Lula
visto, definitivamente, como o amaldiçoado!
*É professor de Filosofia na Ufrgs
Li um artigo, aonde diretrizes evangélicas, concordam com a fala do Lula.
ResponderExcluirE na real, que artigo ruiZinho esse em.
...professor de Filosofia na Ufrgs...
ResponderExcluirE um grande imbecil bozista
O filósofo bolsonarista sempre esteve próximo dos fascistoides. Mas, com o retorno de Lula à presidência e a tentativa de golpe do governo direitista que ele apoiou, o colunista descambou encosta abaixo. Passou anos e anos criticando os petistas como antidemocráticos, e justamente o DESgoverno que ele apoiou é que foi ANTIDEMOCRÁTICO E GOLPISTA! Ou seja, o colunista AJUDOU A ELEGER CRIMINOSOS!
ResponderExcluirLula nunca apoiou o Hamas.
ResponderExcluirSó uma dúvida: o colunista é mesmo filósofo ou já virou PASTOR EVANGÉLICO??? Contra Lula, o colunista acha que VALE TUDO mesmo...
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