Folha de S. Paulo
Ações de promoção da equidade racial devem
ser respeitadas e fomentadas num país racista como o Brasil
Inclusão não é favor. Inclusão é direito!
Essa é a principal razão pela qual ações
voltadas à promoção da equidade racial devem ser respeitadas,
defendidas e fomentadas num país
racista como o Brasil.
Nos últimos anos, temos presenciado o aumento de iniciativas para ampliar a inserção social de pretos, pardos e indígenas. O cenário, fruto da ação de movimentos sociais, ainda é tímido se comparado ao nível das desigualdades raciais vigentes. No entanto, tem se mostrado suficiente para provocar irresignação entre quem não convive bem com a ideia de compartilhar direitos que, na prática, sempre constituíram privilégios de uns poucos.
Nesse sentido, ações afirmativas que têm
surtido resultados efetivos —caso das cotas raciais—
têm sido atacadas, tratadas como injustiça ou até favor.
Sob a perspectiva histórica e o contexto
socioeconômico contemporâneo, trata-se de um contrassenso numa nação que ao
longo de séculos optou por dar as costas aos descendentes de escravizados.
Contudo, em nome de um imaginário
"prejuízo aos pobres", há quem ignore tanto o passado quanto o
presente para vislumbrar um cenário alheio à realidade nacional. Não só porque
a maioria da população que
está na linha da pobreza —ou abaixo dela— é negra. Mas
sobretudo por desconsiderar que uma sociedade racista impõe um ônus a pretos e
pardos.
Ações afirmativas precisam ser analisadas
pelo ganho social que representam. Por incrível que pareça, os percalços
suportados por um negro pobre e um branco pobre não são os mesmos.
Com as cotas raciais, pela primeira vez uma
política pública voltada à população afrodescendente vem apresentando
resultados efetivos e mensuráveis. A presença notável de pretos e pardos em
bancos acadêmicos serve de exemplo e prova que essas cotas têm potencial para
frear o processo de exclusão institucionalizado contra negros ao longo da nossa
história. Ainda assim, há quem trate a solução como problema.
A palavra de Rosa não vale nada.MAM
ResponderExcluirUma das poucas a entender que pretos e pardos são negros.
ResponderExcluirNão é entendimento, é nicho de mercado. Vc foi irônico ou quadrúpede? MAM
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