Folha de S. Paulo
Em 2022, antes da posse, Lula pediu para ser
criticado, afirmando que não precisava de tapinhas nas costas
Lula criticou
a imprensa, que qualificou ironicamente
como "gloriosa" e "democrática". Para o
presidente, os meios de comunicação não divulgam adequadamente as realizações
de seu governo. Ele pediu então a seus ministros que o façam.
A declaração contrasta com uma outra, de dezembro de 2022, dada entre a eleição e a posse. Ali, falando a simpatizantes, ele pediu para ser criticado: "Eu sei que vocês vão continuar nos ajudando e cobrando. Isso é importante. Não deixem de cobrar. Porque se vocês não cobram, a gente pensa que está acertando.E muitas vezes a gente está errando e continua errando porque as pessoas não reclamam. Vou dizer em alto e bom som. Nós não precisamos de puxa-sacos. Um governo não precisa de tapinhas nas costas".
Prefiro o Lula de 2022 ao de 2024. Ali, se
ele foi sincero, demonstrava ter consciência dos pontos cegos do poder, que
podem deixar um mandatário perigosamente mal-informado. Agora, ele parece
reagir, mais por instinto do que por reflexão, a uma queda em seus
índices de popularidade. Em circunstâncias adversas, ele costuma
mesmo procurar terceiros a quem culpar.
Governantes se queixando da imprensa não é
algo que me preocupe. A relação entre mídia e
poder é por natureza tensa. Dá até para dizer que a mídia está falhando em sua
missão se não deixar dirigentes pelo menos um pouco irritados.
O que me causa certa apreensão é constatar
que o apelo que Lula fez em 2022 não esteja sendo atendido por pessoas que
sejam de fato ouvidas por ele e tenham a capacidade de influenciá-lo. Entre as
várias hipóteses levantadas para explicar a queda na popularidade, uma
recorrente são as falas
divisivas de Lula, que lhe custam pontos em grupos demográficos
específicos como eleitores independentes, evangélicos etc.
Será que não há ninguém próximo ao presidente
que lhe diga que falar menos (ou pelo menos não sair do roteiro nas
comunicações oficiais) faria bem a seu governo?
Lula só errou na questão das eleições na Venezuela,quer dizer,tem o Putin também.
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