A prioridade número um inequivocamente é a
política educacional. As prefeituras são responsáveis pelo ensino infantil e
fundamental. Isto é a base de tudo. Não há sucesso possível no ensino médio,
técnico e superior sem uma base sólida. Os estudos mais avançados mostram ser
na primeira infância quando as crianças desenvolvem sua capacidade cognitiva,
suas habilidades e seu gosto pela escola. A ausência de um bom ensino infantil,
principalmente nas faixas de baixa renda, onde os pais se ausentam para trabalhar
e não têm formação escolar extensa, ou mesmo muitas famílias padecem de um
processo de desestruturação por diversas causas, pode ser fatal para o futuro
das crianças. Aí ainda existe um desafio de ampliação de vagas e qualificação.
Já no ensino fundamental o gargalo a ser
enfrentado é o da qualidade. O Brasil universalizou a escola da 1ª à 9ª. série.
Mas os alunos se formam sem conseguir lidar com as operações básicas da
matemática, decifrar textos, construir análises e raciocínios, reter
conhecimentos básicos das ciências. O desempenho dos alunos brasileiros nas
avaliações internacionais é sofrível. Os futuros prefeitos e vereadores têm que
mobilizar pais, professores, comunidade para enfrentar, vez por todas, este
enigma que corrói por dentro o sonho brasileiro. Sem uma educação infantil e
fundamental de qualidade nosso país não tem a menor chance. Candidatos,
discutam com evidências, dados e fundamentos esse desafio estratégico.
Outra política pública essencial, onde o
município também é o centro de gravidade a orquestrar o sistema nacional, é a
da saúde. O SUS estreitou seus laços com a população e fortaleceu sua
credibilidade durante a pandemia. Mas a dificuldade de acesso ainda é enorme.
Há o crônico problema do subfinanciamento e deficiências na gestão. A
construção de eficientes redes integradas assistenciais dependem da qualidade,
resolutividade e capacidade de coordenação da atenção primária através da
estratégia da saúde da família. E isto se encontra na órbita municipal. O SUS é
uma experiência única e radical de descentralização. Portanto candidatos
discutam a integração dos níveis de atenção primária, secundária e terciária, a
assistência farmacêutica, a vigilância em saúde e a regulação de fluxos, para
assegurar a seus eleitores os direitos constitucionais à saúde universal e integral
de qualidade.
Continuaremos, nas próximas semanas,
discutindo a agenda de debates que imaginamos essencial nas eleições municipais
de 2024.
*Economista e Professor. Ex-Deputado Federal
pelo PSDB-MG. Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (2003-2010).
Diretor-Executivo do IFI – Instituição Fiscal Independente do Senado.
Muito bom! Parabéns ao autor e ao blog que publica e divulga seu trabalho!
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