Folha de S. Paulo
Grupo é quase tão numeroso quanto eleitorado
mais pobre e, até aqui, tem corrida imprevisível
Um recorte da pesquisa
Datafolha segundo a renda do eleitor fornece pistas importantes
sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Com a vantagem de Guilherme
Boulos (PSOL)
e Ricardo Nunes (MDB)
até aqui, dois segmentos ganham atenção.
O primeiro grupo é a faixa com renda de até dois salários mínimos, 43% do eleitorado. Nunes lidera com 25%, seguido por Boulos (17%) e José Luiz Datena (10%). Nenhum outro candidato passa de 6%. Outros 15% declaram voto em branco ou nulo, e 6% não sabem em que votar.
Esta é uma avenida favorável para Boulos. No
recorte, 58% dizem que podem votar no candidato apoiado por Lula,
e 65% afirmam que não votariam no nome apadrinhado por Jair
Bolsonaro. Ali também está a taxa mais alta de desconhecimento do
deputado do PSOL (30%) e seu índice mais baixo de rejeição (26%).
Em disputas passadas, Lula se mostrou hábil
em aglutinar o eleitorado de baixa renda em torno de seu candidato. Boulos não
teve essa sorte em 2020, quando as tintas da esquerda o afastaram do segmento,
e a máquina da prefeitura fez diferença a favor de Bruno Covas. Nunes tentará
repetir o feito do antecessor.
Se Boulos confirmar uma vantagem entre os
mais pobres, a eleição será definida pelos paulistanos da faixa média de renda,
que ganham de dois a cinco salários e são 38% dos eleitores. Ali, o deputado do
PSOL aparece com 26%, Nunes tem 23%, e Pablo Marçal é citado por 10%. Votos
nulos são 11%, e há 5% de indecisos.
A corrida nesse grupo parece um pouco mais
imprevisível. As rejeições ao apadrinhamento de Lula (51%) e de Bolsonaro (57%)
atingem patamares semelhantes. Além disso, Boulos tem um teto relativamente
mais baixo porque sua rejeição já bate em 38% entre esses eleitores, enquanto
só 24% rejeitam Nunes.
Em 2008, Marta Suplicy e Gilberto Kassab
empataram entre os mais pobres, mas o então prefeito garantiu a reeleição com
uma vantagem na faixa de renda seguinte. Quatro anos depois, Fernando Haddad
venceu José Serra nos dois grupos.
Boulos é meu candidato favorito,ele só precisa evitar o radicalismo.
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