Folha de S. Paulo
Lula ignora o eleitorado da frente ampla com
o qual talvez não conte em 2026
A realidade afirma, o bom senso reafirma e as
pesquisas confirmam: Lula queimou
o cartucho da frente
ampla e em 2026 não contará com esse recurso para tentar a reeleição,
caso seja mesmo o seu plano.
Ao contrário do que dizem, o presidente
entende sim que ganhou a eleição por um triz e que deve isso ao pavor provocado
pela perspectiva de mais quatro anos do horroroso governo do antecessor. Tanto
que está constantemente a relembrar aos brasileiros o que foi aquilo.
Só parece não compreender que a comparação não basta. Não dá mostra de perceber que o eleitorado fiel da balança em 2022 é volátil e precisa ser fidelizado.
O contingente nada desprezível de votantes
antipetistas escolheu evitar o mal maior na expectativa do cumprimento da
aquietação de ânimos prometida. No aguardo de um governo que corrigisse os
erros do passado e correspondesse ao crédito de confiança dado pelos
tradicionais oponentes.
Eles estão aí. E como não são adoradores, mas
simpatizantes de ocasião, olham o panorama com senso crítico aguçado. Têm
demonstrado desgosto nas pesquisas. Não gostam do que veem e certamente não
gostaram nada de ver o sinal da volta do manejo da Petrobras como agência
governamental e do uso político da tragédia do Rio
Grande do Sul.
Lula tem dedicado atenção e recursos ao
socorro do estado. Faz visitas constantes e tem sempre dois ou três ministros
despachando por lá. Descontados os de má-fé, os demais reconhecem o empenho.
Por isso, não precisava ter nomeado um
ministro extraordinário para dar expediente na cena da tragédia e muito menos
escolhido alguém do perfil de Paulo Pimenta:
sem expertise em infraestrutura, pouquíssimo afeito à diplomacia no trato e um
petista postulante ao governo do Rio Grande do Sul.
Dizer que a intenção não foi projetá-lo nem
rivalizar com a figura do governador Eduardo Leite (PSDB) equivale a
nos chamar a todos de tolos.
A intenção é só ajudar,você que está politizando tudo.
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