Folha de S. Paulo
Lira topa tudo, menos a regulação das redes
Arthur Lira privilegia os evangélicos (o projeto de lei que compara aborto a homicídio e obriga mulheres a ter o filho do estuprador), o grupo de legendas que lidera (na tramitação de 28 propostas que afrouxam a legislação ambiental), os interesses corporativistas do Congresso (o fim da delação premiada de réus presos). Sobretudo trabalha para si próprio, de olho na eleição do próximo presidente da Câmara. Tocando com celeridade pautas imorais e inconstitucionais, Lira se tornou uma espécie de bedel todo-poderoso: está agora encarregado de punir os deputados briguentos.
Para o chefe da tribo, votar uma regulação
para as redes, preservando a liberdade de expressão, não é urgente. Depois de
enterrar o PL 2630, ele criou um grupo de trabalho que terá o prazo de 90 dias
(prorrogáveis por mais 90) para debater a questão.
Enquanto isso, o "algoritmo do
ódio" – na definição da ministra Cármen Lúcia,
presidente do TSE – está à solta. Impulsiona a bancada da selfie, políticos
extremistas que aproveitam a desconexão do governo Lula, agindo com método para
destruir direitos individuais e arquitetar um projeto de poder que empurra o
país para os últimos degraus da civilização. O espantoso é o silêncio, e até o
apoio, de petistas.
Presidente do STF, o ministro
Luís Roberto Barroso – que cancelou a rotina de indicar livros e músicas no X –
disse que vai pautar a regulação das mídias. Não se sabe, no entanto, quando
haverá a decisão do Supremo, a qual terá validade até o momento em que
deputados e senadores deliberarem sobre o tema.
Como último recurso, pode-se rezar. Carlo
Acutis, o adolescente que morreu de leucemia em 2006 e é considerado o
padroeiro da internet, está perto de ser canonizado pela Igreja Católica.
Exposto em uma tumba de vidro na cidade de Assis, na Itália, o corpo de Carlo,
vestindo jeans, moletom e tênis de marca, atrai fiéis em romaria.
O rosto do ''menino'' foi restituído com silicone,não sabia dessa história,fui pesquisar.
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