Folha de S. Paulo
Em público ou entre pares, gente da banca
quer menos ruído e mais apoio a plano fiscal
Banqueiros maiores querem colocar panos frios
na chapa de Fernando
Haddad, que anda esquentando neste ano. Acham que Luiz Inácio Lula da
Silva espalha brasas, é verdade. Mas, em geral, não gostam de tumulto, ainda
que seus tesoureiros possam ganhar algum dinheiro com isso no curto prazo (para
os demais prazos, não vale a pena). Dão a entender que o investimento mais
prudente de relações públicas é dar uma força ao ministro da Fazenda.
É o que têm feito tanto em conversas entre pares como em manifestações públicas, muito institucionais e que parecem mera diplomacia. É o que fez nesta quarta-feira, mais uma vez, Isaac Sidney, presidente da Febraban, na terceira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o "Conselhão" do Lula.
Sidney disse que há "ruídos de uma
eventual fragilidade fiscal", mas "estamos distantes do
descontrole"; que o ministro da Fazenda tem compromisso com o arcabouço
fiscal, seja por meio de aumento de receitas, seja na tentativa de controlas
despesas. Sidney falou de modo ameno até de alta de imposto, pois.
No dia 14 de junho, Haddad tivera
reunião fechada com banqueiros maiores e Febraban. Houve uma espécie
de acordo para que não vazasse nem um fio de cabelo da conversa.
Ao final da
reunião, Sidney falou em nome do grupo: "aqui estivemos também
para reafirmar um apoio institucional ao ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, porque nós enxergamos nele todo o engajamento, uma
determinação e uma firmeza na busca do equilíbrio fiscal".
Uma semana antes, algum fofoqueiro vulgar, ou
mais de um, vazou trechos truncados de uma conversa fechada de Haddad com gente
da praça financeira, de "o mercado". Foi aquele
paniquito.
No dia 22 de maio, o ministro fizera aquele
discurso dos "fantasminhas" na Câmara dos Deputados, quando sugeriu
haver uma conspiração de endinheirados contra o governo e ele mesmo.
O caldo azedado entornava. O vento da finança
nos EUA virara. O controle do déficit está mesmo sob risco ainda maior, as
metas fiscais para 2025 e anos seguintes foram alteradas, o Banco Central derrapou
na curva e há uma revolta de empresários contra impostos, entre outros
problemas.
Ao fundo e alto, ouvem-se arengas e
jeremiadas de Lula contra o "ajuste" e o BC. Apoiar Haddad é também
um modo de passar um pano nesse caldo entornado.
Antes que alguém tenha a ideia maluca de que
se esteja dizendo que o ministro é "homem da banca", ou tolice assim:
se afirma aqui que há intersecção parcial de interesses, de Haddad e de quem
quer que procure um pouco de calma —estabilidade já é exagero.
Sim, quem tem ou administra dinheiro grande,
nem de longe apenas bancos, todos credores do governo, procura lidar com o
risco de altas adicionais de juros de prazo mais longo (além de um ano) e do
dólar.
Não raro, "o mercado" reage de modo
exagerado a ruídos, de modo ainda mais intenso em ambientes instáveis. Vide o dólar
zanzando em R$ 5,50. Em 12 de março, a taxa de juros para um ano
estava em 9,75%, na praça (DI x pré). Desde 7 de junho, ronda os 11%, além
mesmo da Selic.
Com um pouco de razão, conhecimento, jeito e
sorte de quem está no poder, esses exageros podem passar. Mas há problemas. Em
alguns casos, mesmo o que poderia ser reação exorbitante passageira, resfriado
ruim, vira pneumonia.
O ambiente está instável. Ainda não há
clareza sobre o que o governo fará em julho, na revisão bimestral de receitas e
despesas, no Orçamento de 2025 ou até o fim do governo. Haverá eleição
dramática nos EUA em novembro; até a eleição francesa de domingo pode balançar
o coreto europeu e, por tabela, mundial.
O governo poderia ajudar, parando de servir ruído com incerteza, o que é muito indigesto.
Parece que ha um acordo tácito para se apagar o passado de Lula e a sua turma, todos pegos na lava jato , a maioria condenada e presa por corrupção , lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
ResponderExcluirficam querendo que esse bando de bandidos se regenerem e comecem a trabalhar em favor do Brasil , grande ilusão !!
uma vez corrupto sempre corrupto e a turma do dinheiro já está percebendo isso e está pulando fora de fininho
Já se cogita Pelos cantos o plano B o Veiaco Geraldo alckmin A ver…
A perfeição não existe na terra,Lula está entre os melhores.
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