Folha de S. Paulo
Governo Lula não terá nada útil a dizer sobre
um processo dominado pelo regime chavista
Na maratona de encerramento
da campanha venezuelana, Nicolás
Maduro incluiu em seus discursos uma encenação. Do alto do palanque, o
ditador simulou o pronunciamento que quer ouvir da autoridade eleitoral do país
depois do fechamento das urnas: "Com 90% das mesas apuradas, a vitória do
candidato Nicolás Maduro Moros é irreversível".
Transmitir aos apoiadores convicção na vitória é o mínimo que se espera de qualquer político que leve a sério a própria candidatura. No caso de Maduro, o domínio da máquina estatal e dos aparelhos eleitorais faz com que seja impossível deixar de lado algumas desconfianças.
O órgão responsável por organizar a votação,
fazer a contagem e declarar o resultado é considerado
um braço do chavismo,
não sem razão. Presidido por um aliado de Maduro, o Conselho Nacional Eleitoral
dificultou a candidatura de opositores, criou entraves para o voto de
venezuelanos no exterior e limitou a participação de observadores estrangeiros
no pleito.
Nas últimas horas, o chefe do CNE ainda
acusou a imprensa de atrapalhar as eleições ao levantar dúvidas sobre a
votação. Ele ainda fez questão de lembrar que o órgão é o único responsável por
proclamar o vencedor.
Foi mais ou menos o mesmo discurso do
ministro da Defesa, que desqualificou as pesquisas de intenção de voto que
indicam a oposição na liderança e afirmou que as Forças Armadas vão reconhecer
o resultado oficial da votação. Horas antes, Maduro fazia um discurso em que
declarava ter "o absoluto e firme apoio dos militares da Venezuela".
O controle exercido pelo regime e a retórica
desta disputa dão todos os ares de uma cilada ao convite feito por Maduro para
que o
governo brasileiro acompanhe a votação. É difícil acreditar que Celso
Amorim, assessor de Lula, terá acesso a dados suficientes para julgar se o
processo foi limpo, seja qual for o resultado. O ex-chanceler terá pouco a
dizer diante dos gritos de fraude que serão disparados pelo lado perdedor.
O que o nobre colunista omite sobre Celso Amorim é que se ele ver 500 milhões de fraudes durante a "eleição" a favor de Maduro, ainda vai dizer que as eleições foram limpas e Maduro é o legítimo vencedor.... Esses colunistas não cansam de passar pano pra ditador de esquerda ....
ResponderExcluirVerdade.
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