O Globo
Aos 81 anos, candidato favorito à derrota,
não satisfeito com o apagão no debate, ele dobrou a meta e chamou Zelensky de
Putin
Quando teve de renunciar ao cargo de
presidente da Universidade Harvard —
pela tibieza no enfrentamento dos casos de antissemitismo e sob acusações de
plágio —, a economista Claudine Gay alegou ser vítima de racismo.
— A história ainda dirá quanto de violência
contra a mulher, quanto de preconceito contra a mulher tem nesse processo de
impeachment golpista — sofismou Dilma
Rousseff pouco depois da cassação de seu mandato, por crime de
responsabilidade.
Claudine tinha 53 anos na ocasião da renúncia; Dilma, 68 quando do afastamento. Com alguns anos ou quilos a mais, poderiam ter se declarado vítimas de etarismo ou gordofobia. Tivessem passado por transição de gênero, certamente a carta da transfobia teria sido sacada. E desperdiçaram, ambas, a da xenofobia: Claudine é filha de haitianos; o pai de Dilma era búlgaro. Valia tudo, menos admitir uma gestão desastrosa.
Os pretextos do racismo e da misoginia
continuam campeões absolutos quando a questão é desviar o foco das críticas,
mas o etarismo (quando a memória falhar, pode substituir por ageísmo,
velhofobia ou gerontofobia) tem demonstrado surpreendente vitalidade.
O principal responsável por essa arrancada é
Joe Biden. Aos 81 anos, candidato favorito à derrota nas próximas eleições
americanas, não satisfeito com o apagão no debate de 27 de junho, Biden dobrou
a meta e chamou Zelensky de Putin, citou Donald Trump quando
queria se referir a Kamala
Harris e afirmou ter orgulho de ser a primeira mulher negra a servir
como presidente. Só que nada disso tem a ver com idade, mas com senilidade.
Fernando Gabeira tem
83 anos. Roberto Freire, 82. Ambos esbanjam lucidez — na imprensa, na
televisão, nas redes sociais. Gil, Caetano e Paul
McCartney — todos mais velhos que Biden — têm turnês programadas para
2024. Estão esgotados os ingressos para ouvir Fernanda
Montenegro — 94 anos — na temporada paulistana da leitura dramática
que faz da obra de Simone de Beauvoir.
“Juventude de espírito eu não quero, acho
muito ridículo a alma fazendo trejeitos. Já viu mangueira velha? É assim que eu
quero”, escreveu Adélia Prado — 88 anos, preparando um novo livro e fazendo
sucesso no Instagram. E Biden não é o único que não se conforma em dar sombra
quando for incapaz de produzir frutos.
— Quem achar que o Lulinha está cansado,
pergunte pra Janja. Ela
é testemunha ocular. Quando falo que tenho 70 anos de idade, energia de 30 e
tesão de 20, estou falando com conhecimento de causa — discursou Lula,
mentindo a idade (tem 78) e galgando o pódio dos políticos que precisam
bravatear publicamente a virilidade (é masculinidade frágil que chama?) como
atestado médico.
Figueiredo posou de sunga. Collor se
vangloriou da cor da bolsa escrotal. Bolsonaro tentou exorcizar o fantasma da
disfunção erétil e da homoafetividade. Tudo para afetar potência, macheza,
juventude.
O vigor que Adélia, Fernanda, Gabeira,
Freire, Gil, Caetano e McCartney precisam ter para lotar arenas e teatros,
encantar leitores e estimular o debate é intelectual, não de alcova. É o mesmo
que se espera de um governante — além de serenidade para aceitar quando o
declínio cognitivo se torna incapacitante e a honestidade de não lançar mão de
etarismo, racismo, misoginia etc. como cortina de fumaça ao se sentir
vulnerável.
O debate revelou um truque que estava sendo guardada sete chaves a incapacidade cognitiva acidade do presidente Bayley
ResponderExcluirAgora estão querendo correr atrás do prejuízo mas Biden insiste e fala que quer ser presidente
O Trump fica assistindo ao bate cabeça dos democratas, esperando a hora de entrar na casa Branca
Não devemos subestimar a estupidez humana
ResponderExcluirTrump espera a hora de entrar na SUA CELA como CRIMINOSO PRISIONEIRO!
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