O Estado de S. Paulo
As duas principais correntes políticas brasileiras – o lulismo e o bolsonarismo – são antidemocráticas
A relutância de Lula em admitir a fraude na
Venezuela lançou uma luz sobre o apagão intelectual e moral da diplomacia
brasileira. Uma política externa se move por dois vetores: interesses nacionais
e valores da sociedade. A cumplicidade com a autocracia viola ambos.
Nicolás Maduro tem ameaçado invadir a Guiana. Regimes autocráticos precisam de inimigos externos para justificar sua perpetuação no poder e enquadrar os opositores como traidores da pátria. Além disso, o PIB da Guiana cresceu 184%, entre 2019 e 2023, segundo o FMI, graças ao petróleo.
O sucesso de um vizinho é intolerável para a
Venezuela, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo e mesmo assim
viu sua economia encolher 80% em menos de dez anos, mergulhando a maior parte
da população na pobreza e levando um em cada quatro venezuelanos a deixar o
país.
Em duas décadas, 60% das empresas
venezuelanas fecharam por causa das arbitrariedades do regime, que impõe
controles de preços para segurar a inflação causada por seus gastos excessivos
e pela necessidade de importar resultante da própria desindustrialização, em um
círculo vicioso.
A combinação de falta de empregos e
perspectivas, empobrecimento e repressão política levou um em cada quatro
venezuelanos a deixar o seu país, separando famílias e agravando o sofrimento
da população. Dos 8 milhões que partiram, 640 mil vieram para o Brasil. É um
povo trabalhador e talentoso, que se integrou à sociedade e é bem-vindo, mas
que representa um fardo para as redes de saúde, educação, saneamento, habitação
e transportes.
Investigações dos EUA acusam Maduro e outros
integrantes do regime de envolvimento com narcotráfico e lavagem de dinheiro. O
Brasil tem 2.199 km de fronteira com a Venezuela. A livre circulação do crime
organizado é uma das maiores ameaças na Região Norte.
CHANCE. O presidente Joe Biden conversou com
Lula, na segunda-feira, e deu tempo ao brasileiro para se distanciar do regime,
que ele apoia desde o seu início, há mais de duas décadas. Passadas 96 horas, o
secretário de Estado americano, Antony Blinken, denunciou a fraude e reconheceu
a vitória da oposição, na quinta-feira. A demora não se deveu a uma dúvida – a
fraude foi visível –, mas na cabeça de Biden, o Brasil é o líder natural da
América Latina, e deveria ter chance de tomar a frente na defesa da democracia.
A omissão causou o encolhimento geopolítico
do Brasil na única região em que ele reúne condições para projetar poder. É
verdade que as duas principais correntes políticas brasileiras – o lulismo e o
bolsonarismo – são, cada uma a seu modo, antidemocráticas. Mas o Brasil é uma
democracia, e seu povo nutre sentimentos de indignação contra a injustiça e de
compaixão com as vítimas da opressão. Os brasileiros não mereciam mais esse
vexame.
Vexame atrás de vexame , apoio do Lula ao Hamas Organização terrorista Que vive Causando Mortes de civis israelense há muitos anos e tem como objetivo destruir Israel
ResponderExcluirApoio Putin na invasão da Ucrânia dizendo que a Ucrânia também tem culpa no processo e agora apoiando maduro nessa fraude escancarada que foi as eleições para presidente e assim vai mostrando a sua verdadeira face Autoritária cínica e mentirosa Não foi à toa que ele foi preso Por corrupção e lavagem de dinheiro e condenado há mais de 25 anos de prisão
Perfeito. Lamentável postura dos herdeiros do Barão do Rio Branco e Oswaldo Aranha
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