sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Bernardo Mello Franco – Nada de Novo

O Globo

A incivilidade de Pablo Marçal transformou os debates de São Paulo num jogo de todos contra um. Ou quase. Uma das candidatas à prefeitura resolveu investir na dobradinha com o coach. É Marina Helena, do Novo.

Sem decolar nas pesquisas, a economista se dispôs a atuar como escada para o aventureiro do PRTB. No debate de segunda-feira, ela não se limitou a tabelar com o coach. Também replicou seus métodos ao envolver a vida pessoal de uma adversária em acusação sem provas.

A candidata do Novo disse que Tabata Amaral teria usado um jatinho particular para visitar o namorado no Recife. Ameaçada de processo, ela informou que pedirá desculpas se a rival apresentar comprovantes de voos comerciais. Como o ônus da prova ainda cabe a quem acusa, fica valendo o desmentido da deputada do PSB.

A aliança com Marçal não parece render votos a Marina, estacionada em 3% no Datafolha. Só ajuda a consolidar a imagem do Novo como linha auxiliar do bolsonarismo e de seus subprodutos, como o candidato coach.

Fundado com plataforma ultraliberal, o partido se apresentava como uma alternativa democrática no campo da direita. Essa fachada ruiu de vez quando o ex-presidenciável João Amoêdo deixou a sigla, acusando-a de repetir, “de forma oportunista e dissimulada”, práticas que dizia combater.

Em 2022, o Novo não atingiu a cláusula de barreira e viu sua bancada federal encolher de oito para três deputados. Os remanescentes se embrulharam em bandeiras do bolsonarismo raiz, como a anistia aos golpistas do 8 de Janeiro e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Sem medo do ridículo, o deputado Marcel van Hattem e o senador Eduardo Girão viajaram no início do mês para os EUA, onde se encontrariam com aliados de Donald Trump para denunciar uma suposta “ditadura do STF”.

Nesta quarta, o deputado cassado Deltan Dallagnol elogiou o bilionário Elon Musk por furar o bloqueio ao X no Brasil. Festejou o descumprimento de decisão judicial, que é crime, como uma “jogada de mestre” que teria deixado Moraes “no chinelo”.

O vídeo parece uma caricatura, mas ajuda a entender onde foram parar o ex-procurador da Lava-Jato e o partido que o acolheu.

 

Um comentário:

  1. A mídia de esquerda já não disfarça , ninguém emite uma opinião em relação ao candidato da extrema esquerda Guilherme bolos do PSOL, como não podem elogiar, pois não tenho o que elogiar , também não criticam O candidato bolos tem a vida política envolvida em invasões de propriedades privadas, que lhe custou três prisões por vandalismo e incitação a violência urbana
    Mas como é o preferido do chefe Lula a impressa passa pano

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