Folha de S. Paulo
Em editorial, The Economist ignorou que a
origem do conflito está na recusa da rede social em suspender contas que
divulgaram desinformação durante a tentativa de golpe
Em sua última edição, a revista britânica The
Economist publicou um editorial
sobre redes sociais e liberdade de expressão, criticando a
suspensão do Twitter no
Brasil. O texto tem o mérito de ser uma oportunidade de ouro para uma errata de
página inteira.
A revista britânica apoia a ofensiva das
instituições francesas contra o Telegram,
um aplicativo que se tornou lugar seguro para se traficar drogas, vender
contrabando e distribuir
pornografia infantil.
Concordo inteiramente com a The Economist: quando alguém entra no Telegram e escreve "vendo pornografia infantil", deve ser suspenso, não pela frase que escreveu, mas pelo que fez ao escrevê-la: ofereceu fotos de crianças abusadas em troca de dinheiro. Não há qualquer opinião cuja liberdade precise ser defendida aqui, porque não é de opiniões que se trata.
A The Economist também defende a suspensão do TikTok nos
Estados Unidos. A empresa chinesa tem sede em Pequim, e, por isso, "está
vulnerável às manipulações do Partido Comunista Chinês". Seria errado,
argumenta o editorial, deixar que essa influência política estrangeira controle
o fluxo de informações disponível para o público americano.
Não sei se a China está mesmo usando o TikTok
politicamente. Mas concordo com o princípio: uma rede social é um espaço
público, que deve ter sua integridade garantida contra a manipulação por
estrangeiros defensores de ideologias radicais.
A The Economist se opõe à suspensão
do Twitter no Brasil. Segundo o editorialista, o Twitter foi
suspenso no Brasil por "se recusar a obedecer ordens judiciais opacas para
remover dúzias de contas".
Qualquer coisa é opaca para quem tem preguiça
de estudá-la. A The Economist não informou seus leitores que a origem do
conflito está na recusa de Elon Musk em
suspender contas que divulgaram desinformação durante a tentativa de golpe
perpetrada por Jair Bolsonaro em 2022.
A conspiração golpista já foi amplamente
demonstrada por uma investigação da Polícia Federal que inclui depoimentos dos
chefes do Exército e da Aeronáutica, bem como o conteúdo dos celulares do
principal auxiliar de Bolsonaro (Mauro Cid)
e de seu candidato a vice-presidente (Braga Netto).
Como os pedófilos do Telegram, os golpistas
de Bolsonaro não postavam que a eleição foi roubada para expressar suas
opiniões. Faziam isso para radicalizar
seus militantes, em articulação com o presidente da república que,
enquanto isso, conspirava dentro dos quartéis.
E o que Elon Musk faz no Brasil é o que os
americanos temem que o Partido Comunista Chinês faça na América: promove
desinformação contra a democracia. Os bolsonaristas sabem que um dos motivos do
fracasso do golpe de 2022 foi a falta de apoio do governo Biden. Musk trabalha
para que isso não se repita na próxima rodada.
Quando o colunista não quer falar dos temas do momento basicamente um ministro estuprador que ficou um ano no cargo sobre a proteção do PT e da esquerda livre pra cometer todos os tipos de crime contra as mulheres, recicla temas antigos, usando os bordões já conhecidos, esperando o tema passar e continuar sua cruzada pessoal contra a "extrema direita" e capitalismo, enquanto se faz de santo.....
ResponderExcluirÓtima coluna.
ResponderExcluirAnálise bem feita, sua crítica à The Economist é procedente.
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