O Estado de S. Paulo
Dino está para as queimadas assim como Alexandre de Moraes para o golpe: líder da resistência
Flávio Dino está para o combate às queimadas como Alexandre de Moraes esteve, e está, para a resistência a um golpe de Estado. Ambos são criticados por excessos, atacados nas redes e acusados inclusive de antidemocráticos, mas os fatos são claros: assim como Xandão freou manifestações golpistas de rua, investigou as articulações via internet e agiu rápida e duramente contra executores, mandantes e financiadores do 8 de janeiro, Dino está alerta e sacode os governos federal e estaduais contra o que Marina Silva chama de “terrorismo ambiental”. Ao chegar ao Supremo pelas mãos do presidente Lula e com um empurrão de Moraes e Gilmar Mendes, Dino formou o trio do barulho na alta corte, pronto para enfrentar os grandes problemas e aguentar firme os ataques — o que é bom — e disposto a fazer ouvidos moucos para ponderações, advertências e críticas — o que é ruim, um traço de arrogância.
Dino vem cobrando sistematicamente planos e ações efetivas do Planalto e dos ministérios contra a tragédia da seca, determinando aumento de verbas e de contingente policial para combater os incêndios e coordenação essencial entre Brasília e os estados que abarcam Amazônia, Cerrado e Pantanal. Age contra a pasmaceira. Acusado de “não desencarnar do Ministério da Justiça”, ele só assumiu a linha de frente porque havia um vácuo. Por que não houve prevenção? Nem articulação entre ministérios e entre governo federal e Estados já com as labaredas nas alturas?
Agora, com nossos biomas esturricados, todos jogam a culpa em todos. E reclamam de Dino. Assim, Moraes não está mais sozinho no alvo e, apesar da audácia de enfrentar Elon Musk e suspender o X no Brasil, recebeu o aval do Supremo e da PGR e o apoio da PF, da Anatel e de 50 intelectuais de Brasil, América Latina, EUA e Europa. E a Austrália comprou a mesma briga com o X, reforçando a reação brasileira e a atenção do mundo para o perigo das redes para a soberania dos países. A primavera começa na terça-feira, trazendo expectativa de chuva, fim das queimadas e melhores ares, mas ficam a fumaça e um rastro de leniência do Estado e de ações dolosas de cidadãos e setores ainda não identificados. Muito trabalho para a PF e muitas frentes de briga para Dino e o Supremo, ameaçado por uma anistia para os criminosos de 8/1 e projetos contra sua autonomia. Sem contar que os inquéritos contra o golpe e os agitadores de internet continuam trancados no gabinete e na vontade de Moraes. Até o Supremo cobra um desfecho. Que o ar em 2025 seja mais respirável.
Lamentável…
ResponderExcluirTomara.
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